A inflação do mês de setembro de 2023 fixou-se em 3,6%, registando uma ligeira descida de 0,1 pontos percentuais (p.p.) face ao mês de agosto, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O setor da Restauração e Similares continua a acompanhar esta desaceleração da inflação, tendo a classe dos “Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares” registado uma inflação de 8,3% em setembro (8,9% em agosto de 2023), destacando-se que a inflação dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, principal matéria-prima da restauração e similares, fixou-se em 6,4% (6,8% em agosto de 2023).
Apesar destes sinais positivos de redução de preços de forma generalizada, ainda se continuam a verificar aumentos expressivos em alguns produtos alimentares, com destaque para as frutas (17,7%), o açúcar, confeitaria, mel e outros produtos à base do açúcar (17,1%), produtos hortícolas (9,0%), água mineral, refrigerantes e sumos de frutas e de produtos hortícolas (9,2%) e leite, queijo e ovos (8,0%). Também o aumento de outras componentes como o gás, uma das principais rúbricas de custos dos restaurantes, mantém um crescimento elevado, na ordem dos 15,6% em setembro (12,1% em agosto).
De acordo com a informação disponibilizada pelo INE, os “bens alimentares e bebidas não alcoólicas” foram a classe com maior contribuição positiva para a desaceleração da inflação. Em contrapartida, a classe da “habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis” contribuiu negativamente.
Conforme preocupação já demonstrada pela AHRESP, apesar desta tendência positiva de desaceleração global da inflação nos últimos meses, alguns produtos alimentares ainda prevalecem a elevados preços, tal como o aumento do preço do gás, um dos principais custos para a restauração, continuando a impactar de forma expressiva na rentabilidade dos negócios da restauração e similares.