CNN | AHRESP defende imigração com condições dignas para suprir falta de trabalhadores no Turismo

Abr 7, 2020

Em entrevista ao programa Top Story, da CNN Portugal, Ana Jacinto reafirmou a posição da AHRESP: a imigração é essencial para colmatar a escassez de trabalhadores no Turismo. Rejeitou a ideia de que se trata de mão de obra barata, até porque os imigrantes estão abrangidos pelos acordos coletivos de trabalhado negociados pela associação, que os coloca em igualdade com os trabalhadores nacionais. A secretária-geral da AHRESP sublinhou a importância de uma integração digna e estruturada, afirmando que esta responsabilidade deve ser partilhada entre empresas, Estado e autarquias

A AHRESP voltou a frisar a importância dos imigrantes nos setores de atividade do canal HORECA, que continua a enfrentar uma escassez crítica de trabalhadores. Segundo a associação, mais de 30% da força de trabalho atual é estrangeira e estima-se que sejam necessários cerca de 40 mil novos trabalhadores para responder à procura.

Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, garantiu que os salários e condições oferecidos a trabalhadores imigrantes são os mesmos que aos trabalhadores nacionais, uma vez que todos estão abrangidos pelos contratos coletivos de trabalho negociados pela pela associação para os setores da restauração e alojamento turístico. E neste contexto, “temos feito atualizações salariais acima dos acordos de valorização salarial, que têm sido subscritos de forma tripartida e, portanto, temos assumido aqui uma grande responsabilidade: esta é uma preocupação que colocamos às empresas de forma sistemática e há que sublinhar que estas condições são iguais para mão-de-obra nacional portuguesa como para a mão-de-obra imigrante”, esclarece Ana Jacinto. Portanto, “não se trata de mão de obra barata, nós temos é um défice efetivo de trabalhadores nestes setores de atividade, que de forma alguma é suprido por trabalhadores nacionais“, frisou, lembrando que muitos trabalhadores abandonaram o setor durante a pandemia e ainda não regressaram.

A responsável salientou ainda que as microempresas, especialmente na restauração, têm dificuldades em garantir alojamento aos trabalhadores recém-chegados, motivo pelo qual a associação apoia o envolvimento das autarquias. Algumas câmaras já colaboram com o pagamento das rendas nos primeiros meses, medida que Ana Jacinto considera essencial para facilitar a integração.

A AHRESP defende a criação de políticas públicas que aliem a regulação da imigração a condições laborais dignas, assegurando processos de contratação mais rápidos e eficientes. “O turismo precisa de soluções ágeis para continuar a crescer com sustentabilidade”, concluiu.

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