A AHRESP voltou a frisar a importância dos imigrantes nos setores de atividade do canal HORECA, que continua a enfrentar uma escassez crítica de trabalhadores. Segundo a associação, mais de 30% da força de trabalho atual é estrangeira e estima-se que sejam necessários cerca de 40 mil novos trabalhadores para responder à procura.
Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, garantiu que os salários e condições oferecidos a trabalhadores imigrantes são os mesmos que aos trabalhadores nacionais, uma vez que todos estão abrangidos pelos contratos coletivos de trabalho negociados pela pela associação para os setores da restauração e alojamento turístico. E neste contexto, “temos feito atualizações salariais acima dos acordos de valorização salarial, que têm sido subscritos de forma tripartida e, portanto, temos assumido aqui uma grande responsabilidade: esta é uma preocupação que colocamos às empresas de forma sistemática e há que sublinhar que estas condições são iguais para mão-de-obra nacional portuguesa como para a mão-de-obra imigrante”, esclarece Ana Jacinto. Portanto, “não se trata de mão de obra barata, nós temos é um défice efetivo de trabalhadores nestes setores de atividade, que de forma alguma é suprido por trabalhadores nacionais“, frisou, lembrando que muitos trabalhadores abandonaram o setor durante a pandemia e ainda não regressaram.
A responsável salientou ainda que as microempresas, especialmente na restauração, têm dificuldades em garantir alojamento aos trabalhadores recém-chegados, motivo pelo qual a associação apoia o envolvimento das autarquias. Algumas câmaras já colaboram com o pagamento das rendas nos primeiros meses, medida que Ana Jacinto considera essencial para facilitar a integração.
A AHRESP defende a criação de políticas públicas que aliem a regulação da imigração a condições laborais dignas, assegurando processos de contratação mais rápidos e eficientes. “O turismo precisa de soluções ágeis para continuar a crescer com sustentabilidade”, concluiu.