Carlos Moura não deixa margem para dúvidas sobre a dimensão do desafio: “Atualmente, se tivéssemos mais 50 mil trabalhadores, era bom”. A falta de mão de obra qualificada no Turismo, nomeadamente nos setores representados pela AHRESP – restauração e similares e alojamento turístico –, continua a ser uma das principais preocupações da associação.
A resposta, acredita, poderá vir de fora: “Há mercados que estão disponíveis para nos ajudar na migração, que têm gente preparada na origem, capacitada, quer para o housekeeping nos hotéis, quer para a restauração, mesa, bar e cozinha.”
Segundo Carlos Moura, a AHRESP tem vindo a manter contacto com países da América Latina, com culturas e línguas próximas da portuguesa, cujos representantes diplomáticos procuram ativamente a associação para compreender as necessidades sazonais de mão de obra qualificada.
Outro tema abordado foi a valorização salarial. “Somos favoráveis ao aumento do salário mínimo, mas somos muito mais favoráveis ao aumento do salário médio”, afirma. A AHRESP tem defendido medidas de incentivo à valorização salarial, como a isenção de contribuições para a Segurança Social sobre o valor acrescido: “O esforço deve ser das empresas, mas também da Segurança Social.”
Carlos Moura conclui com um apelo à ação: é urgente agir para garantir a competitividade e a sustentabilidade do turismo português.