O SDR Portugal, candidato à gestão do futuro Sistema de Depósito e Reembolso (SDR) das embalagens de bebidas não reutilizáveis a criar em Portugal, e a AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, assinaram um protocolo de colaboração para o desenvolvimento e implementação de um SDR eficaz e eficiente no contexto do canal HORECA.
O objetivo do SDR é aumentar o número de embalagens recolhidas e recicladas, reduzindo o seu impacto no ambiente e contribuindo para o cumprimento das metas com que Portugal está comprometido.
O protocolo pressupõe uma estreita colaboração entre a AHRESP e o SDR Portugal com vista à implementação de um sistema que facilite a participação de todos os consumidores, de acordo com o modelo proposto e considerando os estudos efetuados pelo SDR Portugal e o enquadramento regulatório que venha a ser definido pela legislação.
O SDR Portugal e a AHRESP assumem o compromisso de colaborar no desenvolvimento de soluções eficazes para a recolha de embalagens de uso único e de devolução de valores de depósito no contexto do canal HORECA. As entidades também vão colaborar na realização de ações de formação e divulgação junto dos associados da AHRESP, assim como na participação em eventos, estudos e grupos de trabalho que venham a ser identificados como oportunos para um melhor conhecimento, funcionamento e avaliação do SDR proposto.
O mercado português de bebidas no canal HORECA é formado por cerca de 80.000 estabelecimentos e estima-se que nele sejam comercializadas 1,2 mil milhões de bebidas. A solução proposta pelo SDR Portugal pressupõe a recolha da totalidade das embalagens de uso único de todos estes estabelecimentos, aos quais acrescem cerca de 10.000 do comércio tradicional. O SDR Portugal prevê ainda implementar em todo o território nacional e em 2.600 grandes superfícies de retalho um total de 3.600 máquinas de recolha, equipamento de retoma com tecnologia integrada que permite a aceitação de embalagens usadas.
Leonardo Mathias, presidente do SDR Portugal, destaca que “o protocolo assinado entre o SDR Portugal e a AHRESP demonstra a robustez da solução proposta e a sua adequação às necessidades de recolha de embalagens de bebidas de uso único em Portugal”. “Além dos equipamentos a instalar no setor do retalho, o SDR Portugal pretende assegurar também a recolha destas embalagens no canal HORECA, muito significativo para a obtenção dos resultados a obter com o futuro SDR. A relação agora estabelecida com a AHRESP é mais uma evidência de que a solução que preconizamos para o futuro sistema de depósito e reembolso a instituir no nosso país, complementar ao sistema existente, possui a segurança para contribuir de forma significativa para que Portugal atinja as metas com que está comprometido”, acrescenta o presidente do SDR Portugal.
Carlos Moura, presidente da AHRESP, ressalva a importância deste protocolo que vai ao encontro da estratégia de sustentabilidade que a AHRESP tem imprimido ao setor e às empresas suas associadas. De acordo com o presidente da AHRESP “é crucial que o SDR tenha em consideração os constrangimentos das empresas na sua operação diária, sobretudo a falta de espaço de armazenagem, a logística associada ao processo de devolução destas embalagens e a cobrança de um valor de depósito ao consumidor”. Carlos Moura considera que “é preciso facilitar o trabalho às empresas, se queremos que estas se empenhem em todo este processo que se pretende que seja verdadeiramente eficaz e com o menor impacto possível para as empresas”.
SDR Portugal – Sistema de Depósito e Reembolso
O SDR Portugal é constituído por empresas da indústria das bebidas e dos retalhistas que operam em Portugal, nomeadamente: a Água do Fastio, Águas das Caldas de Penacova, COCA-COLA, Empresa das Águas do Areeiro, Empresa das Águas do Vimeiro, Empresa de Cervejas da Madeira, Font Salem Portugal, Grupo Areeiro, Monchique Mineral Water, Parmalat Portugal, SCC – Sociedade Central de Cervejas, Sumol+Compal, Super Bock Group, UNILEVER FIMA e as Associações APIAM – Águas Minerais e de Nascente de Portugal e PROBEB – Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (que constituem a Associação Circular Drinks e representam 90% de quota da Indústria de Bebidas Refrescantes) e as insígnias Auchan, Intermarché, Lidl, Pingo Doce, MCSonae, Mercadona, makro e Dia Portugal (que constituem a Associação SDRetalhistas e que somam mais de 80% do total do mercado da distribuição português).
A indústria e retalho unem-se com a missão de fazer cumprir o que acreditam ser um desígnio nacional: aumentar o número de embalagens recolhidas e recicladas, reduzindo o seu impacto no ambiente e contribuindo para o cumprimento das metas com que Portugal está comprometido, ao mesmo tempo que criam condições para estimular a inovação em tecnologia e a competitividade das empresas portuguesas, dinamizando a economia nacional.
Com a implementação do Sistema de Depósito e Reembolso, o SDR Portugal, através dos seus acionistas, perspetiva um investimento superior a 100 milhões de euros, dos quais 70 milhões deverão ser realizados nos primeiros dois anos (prazo mínimo de implementação do sistema após a atribuição da licença), e a criação de mais de 1.500 postos de trabalho diretos e indiretos.
Constituído pelos principais embaladores (produtores e distribuidores) e com abrangência nacional, o SDR pretende, graças aos efeitos de escala conseguidos, gerir um sistema eficiente, que diminuirá a complexidade do registo das embalagens abrangidas, pois simplifica as operações de embaladores e retalhistas com custos e operações mais transparentes, assim como a redução dos custos regulatórios para o governo com uma equidade nas taxas aplicadas. Este novo sistema proporcionará uma maior clareza para os consumidores, contribuirá para taxas de reciclagem mais elevadas, de forma a atingir as metas europeias, e ajudará a reduzir o littering em até 40% e também o lixo marinho.
Sobre AHRESP
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) nasceu em 1896. É a maior Associação empresarial portuguesa, representando mais de 50 áreas de atividade dos setores da restauração e similares e alojamento turístico, que contribuem para uma das maiores locomotivas do desenvolvimento e da economia da sociedade portuguesa: o Turismo.