A AHRESP teve mais um encontro, desta feita em Évora, integrado no roteiro nacional de proximidade ao tecido empresarial, com os objetivo de escutar diretamente os empresários, conhecer de perto as suas preocupações e criar respostas alinhadas com as realidades locais.
Num ambiente de partilha e cooperação, a AHRESP reuniu 16 empresários de várias áreas de atividade económica, incluindo restauração, alojamento local, hotelaria de ar livre, pastelarias, catering, comércio alimentar e empreendimentos turísticos. Participaram empresários dos distritos de Évora, Beja e Portalegre, num grupo maioritariamente composto por associados AHRESP. O encontro revelou um conjunto alargado de preocupações e propostas, que foram expostas ao presidente da AHRESP, Carlos Moura, e à secretária-geral da Associação, Ana Jacinto.
Foi um momento de grande proximidade e de valiosa reflexão sobre os desafios que os negócios têm enfrentado. A AHRESP ouviu, de forma direta e atentamente, as preocupações dos empresários, que foram devidamente anotadas. São contributos fundamentais para reforçar o compromisso com uma representação ativa, próxima e eficaz dos setores representados pela Associação, ajustando estratégias e prioridades àquilo que realmente importa para quem está diariamente a gerir negócios enquadrados no canal HORECA.
A falta de trabalhadores, a elevada carga fiscal e a imprevisibilidade da atividade, foram algumas das preocupações mais expressivas partilhadas pelos empresários — e são questões que merecem acompanhamento contínuo e uma atuação determinada junto das entidades competentes.
Foram ainda sugeridas medidas importantes, como a redução urgente do IVA nas bebidas na restauração (ainda excluídas da taxa intermédia de 13%) ; a criação de uma central de compras coletiva, para garantir preços mais competitivos; as dificuldades associadas à comercialização de produtos autóctones sazonais, como os da caça e pesca fluvial; a regulamentação do serviço de Medicina no Trabalho, que muitos consideram ineficaz, com a sugestão de ser integrado no SNS; e benefícios fiscais para empresas que paguem salários acima da média.
A AHRESP leva muito a sério todos estes contributos e continuará a agir com determinação junto das entidades competentes. Recentemente, apresentou aos partidos políticos um conjunto de 13 medidas prioritárias para a próxima Legislatura, apelando a que estabeleçam um compromisso inquebrável com setores que têm forte impacto na economia. Estas propostas incluem, entre outras:
- Reposição da taxa intermédia de IVA nas bebidas ainda excluídas, como os refrigerantes e as bebidas alcoólicas, medida essencial para aliviar a pressão sobre as tesourarias dos setores AHRESP. Esta é uma medida de justiça fiscal absolutamente crucial, que pretende corrigir uma inexplicável incoerência do atual sistema de tributação;
- Redução da Taxa Social Única (TSU) a cargo das empresas pelos rendimentos de trabalho dos seus colaboradores, promovendo a melhoria das condições salariais, a atração e a retenção de talento;
- Programas de dinamização para os territórios de baixa densidade, com especial foco nas micro e pequenas empresas dos setores da restauração e do alojamento, que se traduza num verdadeiro “Choque Fiscal” para os territórios de baixa densidade, através de um desagravamento efetivo e generalizado das taxas e impostos, fundamental para a coesão territorial e a valorização das economias locais.
- Criação de um programa nacional de dinamização de produtos regionais e locais, com o objetivo de fortalecer as economias dos territórios de baixa densidade. Esta medida deve contemplar dois eixos: apoiar os produtores locais na distribuição dos seus produtos em todo o território nacional e incentivar as empresas da restauração e do alojamento a adquirirem esses produtos, promovendo os recursos endógenos e contribuindo para a valorização económica e cultural das regiões.
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- Revisão dos escalões de IRS e das taxas de retenção na fonte, com o objetivo de aumentar o rendimento líquido das famílias e travar a perda de poder de compra, que ameaça o dinamismo económico nacional. Paralelamente, defende a redução de IRC, sobretudo para micro e pequenas empresas, como forma de reforçar a competitividade das empresas portuguesas e atrair investimento, promovendo um ambiente fiscal mais favorável ao crescimento económico e à sustentabilidade empresarial.
- Criação de mecanismos de capitalização das empresas, que permitam reduzir o endividamento e recuperar os capitais próprios para níveis pré-pandemia. Defendemos a implementação de soluções mais ajustadas à realidade do tecido empresarial português, incluindo a criação do “capital social de longo prazo” com possibilidade de saída a custo zero mediante o cumprimento de objetivos. A nossa proposta sublinha que os apoios não podem limitar-se a linhas de crédito e devem ser acompanhados por instrumentos específicos para reforço da tesouraria.
- Apoio ao investimento e à requalificação das empresas, que devem assentar em instrumentos financeiros de acesso simples e direto, ajustados à realidade das micro e pequenas empresas, atualmente excluídas de muitas linhas de financiamento.
- Apoio a pequenas adaptações que melhorem a competitividade dos negócios e a criação de um “Prémio de Desempenho”, que converta o financiamento em capital social mediante o cumprimento de objetivos de desempenho económico e ambiental.
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Este roteiro insere-se numa estratégia participativa, assente na escuta, no diálogo e no envolvimento direto com os empresários, com o objetivo de contribuir para setores mais sustentáveis, competitivos e preparados para o futuro.