O inquérito mostra que os indicadores de literacia financeira são mais elevados nos empresários de pequenas empresas do que nos de microempresas, aumentando com o respetivo volume de negócios. A generalidade dos inquiridos tem uma conta bancária para a sua empresa, gerida separadamente da do seu agregado familiar (98,5%), e cerca de metade possui seguros de responsabilidade civil (49,2%), sendo que cerca de 41% referem conhecer o financiamento através do mercado de capitais. Quase dois terços conhece as linhas de crédito protocoladas com o Estado e mais de um quarto (26,3%) contrata este tipo de crédito.
Relativamente à gestão e planeamento das finanças da empresa, mais de metade dos inquiridos (54,8%) recorre a contabilistas e mais de um terço a intermediários financeiros (38,8%) para ajuda na tomada de decisões financeiras, sobretudo relacionadas com contabilidade (69,2%) e impostos (47,7%). A generalidade dos empresários dispõe de meios apropriados (seguros, fundos próprios, dinheiro reservado para emergências) para lidar com imprevistos como o roubo de equipamento.
O inquérito revela também que a pandemia de COVID-19 teve um impacto global negativo em cerca de metade das empresas inquiridas, nomeadamente na diminuição dos lucros, no volume de negócios e na liquidez. Quase dois terços recorreram a medidas de apoio público. Os empresários com maior nível de literacia financeira foram, de um modo geral, menos impactados pelos efeitos negativos da crise de COVID-19.
Em Portugal, o inquérito aos proprietários e gestores de micro e pequenas empresas, promovido pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros e pelo Ministério da Economia e do Mar, foi realizado online em julho e agosto de 2021, junto de uma amostra de 1541 empresas com menos de 50 trabalhadores.