“Não há outro remédio senão ajustar os preços na restauração, mas é um equilíbrio difícil”, afirma Ana Jacinto

Nov 8, 2024

"Porque é que os restaurantes estão caros?" é o título do artigo da revista TIME OUT, que, numa série de entrevistas a empresários da restauração, explica o aumento dos preços: subida nos custos das matérias-primas, sobretudo alimentares, da energia e dos combustíveis, impostos pesados sobre o rendimento do trabalho, IVA ao dobro dos países que competem diretamente com Portugal. Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, retoma, neste artigo, muitos dos temas que têm sido bandeira para a associação, apoiados em indicadores do barómetro da restauração e similares, da NIELSEN IQ

A  revista TIME OUT andou no terreno a ouvir empresários do setor para tentar descobrir as razões que levam os restaurantes a praticar preços altos. E falou também com a AHRESP. As revelações não são novidade para a associação: aumento de custos de produtos essenciais ao funcionamento de um restaurante, e muito tempo sem imputar estes aumentos aos clientes. Até que chega o momento em que a sustentabilidade do negócio obriga a subidas.

Mas há o reverso da medalha: para os restaurantes, muito dependentes do mercado interno, o preço é um fator decisivo para atrair clientes. E, no contexto atual, em que as famílias portuguesas têm menos dinheiro disponível, cortam ainda mais nas idas ao restaurante, o que se traduz em menos receita para o negócio.

Ana Jacinto confirma o contexto retratado pelos empresários neste artigo. O “Barómetro da Restauração e Similares”, realizado pela NielsenlQ para a associação e apresentado em outubro durante o Congresso AHRESP, revela que 81% dos consumidores diminuiu a “frequência das refeições fora de casa devido a factores económicos”.

Estamos a verificar que não há grande confiança da parte do setor”, constata Ana Jacinto. “Cerca de 36% [dos empresários inquiridos] afirmam ter sentido quebras no consumo durante o primeiro e o segundo trimestre do ano e 42% dizem-se muito pouco confiantes relativamente aos próximos seis meses. Temos que estar atentos a estes sinais que vão surgindo e que eu não posso dizer que seja transversal a todo o setor, porque há estabelecimentos em que queremos fazer uma reserva e é difícil, mas há muitos onde isto não acontece e que, de facto, estão a sentir dificuldades, não só na diminuição da procura, como no consumo, que é menor”.

FONTE: TIME OUT, edição de outubro de 2024.

FONTE: TIME OUT, edição trimestral, de outubro de 2024, de venda em banca.

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