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EXCERTOS DO ARTIGO
“Já participei em muitas lutas, umas mais longas, outras mais curtas, umas mais difíceis outras mais fáceis, mas se há uma que, até aos dias de hoje, não consegui ganhar, e poucos avanços conheceu, é a que tem a ver com a problemática dos concessionários de praia, e as dificuldades que enfrentam todos os anos, a cada época balnear. Não é a primeira vez que falo do tema, mas pela importância que assume, julgo que vale a pena a ele voltar.”
“Se nos reportarmos aos dados anuais mais recentes, em 2022 tivemos o maior número de mortes por afogamento em Portugal em 18 anos, com 157 casos. Em 2023, 106 pessoas morreram afogadas em Portugal, 57 delas no verão, sendo este o terceiro pior registo dos últimos sete anos (dados do Observatório do Afogamento). Uma coisa normalmente em comum, é o facto de cerca de 95% das situações acontecerem em locais não vigiados.”
“Sei que existem já alguns bons exemplos de municípios que têm, ou tiveram, iniciativas nesta matéria, como Nazaré, Cascais ou Albufeira, garantindo a assistência nas praias durante todo o ano, mas, tenho para mim que as questões de segurança deviam caber, em exclusivo, ao Estado (seja Administração Central seja Administração Local), e não onerar-se os privados com esse encargo, essa não foi uma opção antes, e não foi também agora com a última alteração legislativa.”
“Por outro lado, julgo que se justifica as várias entidades com competências nesta matéria, desde Municípios, à Agência Portuguesa do Ambiente, até à Autoridade Marítima Nacional, repensarem a forma como estamos a gerir a assistência a banhistas.”
“Não me peçam a mim, ou aos agentes do Turismo, para encontrarmos uma solução milagrosa que vai resolver todos os problemas, mas o que é certo é que algo deve mudar porque, paulatinamente, temos vindo a piorar ao longo dos últimos anos, e a perder uma bandeira importante, de que nos orgulhávamos, não a Bandeira Azul, mas sim a bandeira da segurança nas nossas praias.”