Os turistas estrangeiros que passaram férias em Portugal em 2023 gastaram cerca de 2,1 mil milhões de euros nos estabelecimentos de restauração, quase 30% do total de pagamentos efetuados com cartões. No alojamento também houve um volume significativo de pagamentos com cartões, tendo os gastos ascendido a 1,7 mil milhões de euros (23% do total de pagamentos por cartões bancários).
Os dados do estudo do Turismo de Portugal sobre os gastos com cartões bancários, baseado em dados da SIBS Analytics, revelam ainda que no setor da restauração houve mais gastos efetuados por pagamento eletrónico face a 2022 (+26,5%), destacando-se o mês de agosto com o valor máximo de pagamentos, superior a 330 milhões de euros. Os maiores responsáveis por estes gastos foram os turistas do Reino Unido (18,4% do total de gastos), de França (13,4%) e dos Estados Unidos da América (11,8%). Estes superaram os gastos dos mercados espanhol (10,4%) e alemão (7,4%).
A Área Metropolitana de Lisboa destacou-se por concentrar 40% destes gastos na restauração, o que corresponde a 858,3 milhões de euros, seguida pelas regiões do Algarve (26%; 551,7 milhões de euros) e do Norte (18%; 375,3 milhões de euros).
O setor do alojamento apresenta tendências semelhantes, destacando-se naturalmente o mês de agosto como o período que regista maiores gastos com cartões, próximo de 250 milhões de euros (+12% face a 2022). Por mercado emissor, a liderança dos pagamentos com cartões em alojamento é dos Estados Unidos da América (14% do total de gastos), seguidos pelo Reino Unido (12%), que superam claramente os restantes maiores mercados europeus (Espanha, França e Alemanha, todos com uma representatividade entre 6% e 7% do total).
A Área Metropolitana de Lisboa mantém-se como a região que concentra maior volume de gastos em alojamento (40% do total; 688,5 milhões de euros), seguida do Algarve (24%; 414,5 milhões de euros); e do Norte (17%; 287,3 milhões de euros).
A tendência de aumento de gastos em restauração e alojamento em Portugal por parte dos turistas internacionais está em linha com o crescimento da procura internacional verificada em Portugal durante o ano de 2023. Contudo, importa salientar que existe uma grande disparidade entre as receitas que são geradas na restauração e no alojamento turístico de locais com forte predominância de atividade turística e cultural e os gastos que são feitos noutras localizações com menor ou mesmo sem atratividade turística, totalmente dependentes do mercado nacional.
É nas zonas menos turísticas que os estabelecimentos de restauração e similares frequentados habitualmente por clientes que residem, trabalham ou estão de passagem, têm maior dificuldade em captar mais clientes e com maior poder de compra, não beneficiando do crescimento da atividade turística e de todos os benefícios que ela acarreta.
