De acordo com os dados do INE, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou um valor de 8,4% no mês de janeiro de 2023, resultando numa diminuição homóloga pela terceira vez consecutiva. No entanto, e apesar da redução da inflação média, os produtos alimentares, principal matéria-prima para a atividade da restauração e similares, continuam a registar aumentos sucessivos. Tendo por base a informação divulgada pelo INE, o índice referente aos produtos alimentares não transformados registou uma variação homóloga de 18,5% face a janeiro 2022 e um aumento de 0,9 p.p. face a dezembro de 2022.
No que diz respeito à classe dos “Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares”, a inflação no mês de janeiro foi de 2023 foi de 10,5%, e no que às principais matérias-primas das atividades económicas representadas pela AHRESP, verificam-se aumentos muito superiores, nomeadamente nos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas (20,6%), dos quais óleos e gorduras (33,6%), leite, queijo e ovos (30,8%), produtos hortícolas (26,1%), pão e cereais (20,6%), carne (20,3%), peixe, crustáceos e moluscos (12,7%), gás (57,1%) e combustíveis (18%).
O ano de 2023 é ainda de muita incerteza em relação ao consumo interno, sobretudo pelo impacto que a subida das taxas de juro está a provocar no rendimento disponível das famílias e pela incerteza da procura dos mercados internacionais. A AHRESP alerta para a necessidade urgente de mecanismos de apoio as empresas, que estão sem capacidade de gerar meios financeiros adicionais para fazer face ao sucessivo aumento de custos, que se agravou em janeiro com o aumento dos custos laborais, para continuar a investir na atividade e, acima de tudo, para poderem proporcionar melhores condições de trabalho e salariais.
