“Tecnologia no turismo não é uma revolução, mas uma evolução tranquila”

Mai 31, 2022

Na sessão de abertura da conferência ‘Transição Digital', 'Digitalizar sem Desumanizar' foi o mote lançado aos participantes do evento da AHRESP que reuniu em Lisboa, a 27 de maio, vários players do mercado do turismo para refletir sobre os desafios da tecnologia nos setores: o Magazine de Negócios relembra as citações mais marcantes da abertura dos trabalhos

No dia 27 de maio, a AHRESP fechou o ciclo de conferências dedicadas à digitalização dos setores HORECA, que teve início no dia 11 com o hotel 4.0 Portugal Summit e fechou com a conferência Transição Digital: Digitalizar sem desumanizar, no Fórum Picoas, em Lisboa, cujas conclusões já foram divulgadas pelo Magazine de Negócios AHRESP.

    • De que forma podem as empresas aumentar a sua eficiência, melhorar a experiência do cliente, a qualidade do serviço, e ainda ter uma maior rentabilidade?
    • Que soluções existem no mercado e quais são as inovações que não se podem perder?
    • Que resultados efetivos podem as empresas de Turismo retirar da implementação de novas soluções tecnológicas?
    • Quais são os maiores problemas relacionados com a cibersegurança?
    • As plataformas de entrega digital vieram para ficar?
    • Sendo o Turismo uma atividade de pessoas para pessoas, como se pode transformar digitalmente as empresas sem perder a humanidade?

Esta foram algumas das questões respondidas ao longo do dia de trabalhos, que pode ver na íntegra AQUI, que reuniu diversos players do turismo em três painéis – Digitalização na Gestão, Delivery e Digitalização na Experiência (Cliente) – e também com intervenções dedicadas ao tema da Cibersegurança. Na forma de pitch foram também apresentadas soluções tecnológicas dirigidas aos setores de restauração e similares e alojamento turístico.

O Magazine de Negócios AHRESP destaca algumas citações dos intervenientes.

Francisco Calheiros_TD_Redondo

Francisco Calheiros | Presidente da Confederação do Turismo de Portugal

“A pandemia acelerou a transição tecnológica da indústria das viagens, pela necessidade de responder ao que os clientes começaram a procurar – experiências mais personalizadas e digitalizadas. Mas esta mudança de paradigma não será uma revolução, mas sim uma evolução tranquila: as novas tendências tecnológicas estão a moldar o turismo, mas sendo uma atividade de pessoas para pessoas a vertente humana será sempre central. Vivemos um momento positivo no turismo, há bons índices de retoma, mas há condicionalismos que têm de ser resolvidos: é necessário que as ajudas públicas saiam do papel e cheguem à economia real, nomeadamente às empresas”

 

Como prevenir a perda de uma geração de mulheres no mundo do trabalho

Tiago Quaresma | Vice Presidente da AHRESP

“A tecnologia e a digitalização são um extraordinário meio, mas nunca um fim: são grandes aliados para pôr em marcha tudo o que não tem valor acrescentado, para que possamos guardar as pessoas para funções que necessitem delas e que nos transformam num dos melhores destinos do mundo. Neste mês quisemos partilhar com todos o trabalho que tem sido feito junto dos vários protagonistas, naquilo que para nós é o mais importante: fazer pontes entre empresários e soluções tecnológicas”

Mário Campolargo

Mário Campolargo | Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa

“É notável a resposta eficaz à pressão da digitalização acelerada que fomos forçados a viver. O Digital permite encurtar distâncias, reduzir custos de bens e serviços e conduz a escolhas de consumo mais conscientes. Durante os dois anos de pandemia, o setor do turismo e da restauração foi pioneiro no recurso a soluções tecnológicas que transformaram profundamente a relação com os clientes. Os clientes passaram a fazer as suas reservas online, trocaram as idas ao restaurante por APP’s de entrega ao domicílio e as ementas dos restaurantes foram substituídas por QR codes. É notável a resposta eficaz à pressão da digitalização acelerada que fomos forçados a viver. Mas temos desafios pela frente: a aposta na qualidade, formação, condições trabalho no setor e adaptação a novas tendências, tudo isto num contexto de profunda aceleração digital que tornam mais relevantes temas como a cibersegurança, big data, inteligência artificial”

Mário Filipe Campolargo | Secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa

Diogo Moura | Vereador da Vereador da Cultura, Educação, Economia e Inovação, Relação com as Freguesias

 

“A AHRESP tem sido aliada muito importante em vários projetos e parabenizo por esta pertinente iniciativa: Digitalizar sem desumanizar. No turismo cativamos pela nossa autenticidade e pela humanidade. A genuinidade deve manter-se, sem deixar de apostar na transformação e inovação”

 

Luís Ferreira | Birds & Trees

 

“A transição digital para o conceito de hotel 4.0 Hotel 4.0 exige que vamos um bocadinho mais além: que pensemos em novos modelos de negócio, em vantagens competitivas, com o hóspede no centro no modelo de negócio, mas com a noção de que o hotel 4.0 é mais digital, mas também mais humano e mais sustentável. Deparamo-nos no nosso inquérito sobre o ‘estado da arte’, que muitas empresas não sabem por onde começar este processo. Somos inundados com tecnologia, com termos indecifráveis, mas não sabemos o que são, e como tirar partido e esta é a base do problema. O caminho é SENSIBILIZAR, CAPACITAR, ACELERAR E INOVAR: com recurso a boas práticas e exemplos de sucesso e CAPACITAR todos, das bases às lideranças, porque há empresários que estão a bloquear as estratégias de desenvolvimento porque não têm capacidade de as gerir. É necessário juntar e fortalecer o ecossistema e criar pontos de contacto. para que possamos ACELERAR E INOVAR neste percurso da transição digital”

Contra-Almirante António Gameiro Marques | Diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança na Autoridade Nacional de Segurança

“O Centro Nacional de Cibersegurança investe fortemente na sensibilização da sociedade porque uma das maiores lacunas que temos enquanto país é o facto de termos uma baixa literacia digital e quando usamos a tecnologia digital não o fazemos com segurança. É através da formação online, em formato de conferência, como a que hoje é promovida pela AHRESP, que podemos ir aprendendo e contribuir com conhecimento par a resiliência digital da nossa sociedade. Precisamos da tecnologia para trabalhar e para viver, mas não podemos deixar que seja a tecnologia a ditar a forma como trabalhamos e vivemos. É o ser humano que tem que liderar este processo. E para fazer isso, só há uma maneira: ter a humildade intelectual para admitir que não sabemos tudo sobre todas as coisas e temos que aprender sempre que tivermos oportunidade para tal. Neste contexto, as empresas têm uma enorme responsabilidade em garantir a capacitação dos seus trabalhadores para que possam tirar o melhor partido das tecnologias nos seus negócios”

parceiros TD

 

PUB

Mais Artigos