O Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou um valor de 8,3% em fevereiro de 2023, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta sexta-feira. No entanto, e apesar da ligeira redução da inflação média, os produtos alimentares, principal matéria-prima para a atividade da restauração e similares, continuam a registar aumentos sucessivos.
Tendo por base a informação do INE, o índice referente aos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas registou uma variação homóloga de 21,5%, face a fevereiro 2022, e um aumento de 0,9 p.p. face a janeiro de 2023.
No que diz respeito à classe dos “Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares”, a inflação de fevereiro foi de 10,4% (inferior a janeiro). Nas principais matérias-primas das nossas atividades económicas deparamo-nos com aumentos muito superiores, nomeadamente em óleos e gorduras (35,0%), produtos hortícolas (33,1%), leite, queijo e ovos (28,9%), pão e cereais (20,8%), carne (20,3%), peixe, crustáceos e moluscos (13,4%). Também no gás (+54,9%) e nos combustíveis (+8,4%)
Estes dados do INE têm contribuído para a destruição de empresas e de emprego que se tem vindo a verificar desde o 4.º trimestre de 2022. Entre outubro e dezembro de 2022 encerraram 1.281 empresas de restauração e similares, uma média de mais de 14 empresas por dia em três meses, tendência que infelizmente se está a manter no início de 2023.
Esta realidade a que estamos a assistir, para a qual a AHRESP continua a alertar, impõe a disponibilização urgente de mecanismos que apoiem as empresas das nossas atividades económicas, que estão sem capacidade de gerar meios financeiros adicionais para fazer face ao sucessivo aumento de custos.