PORTUGAL CHAMA | Número de incêndios reduziu para mais de metade entre 2018 e 2022

Abr 27, 2023

Relatório da campanha “Portugal Chama” revela que o número de incêndios reduziu significativamente nos últimos anos, passando de 22.217 fogos em 2017 para 10.224 em 2022. Este ano, o principal objetivo da campanha é reforçar a estratégia de proximidade, sensibilizando as comunidades para a necessidade da limpeza dos terrenos

O mais recente relatório da campanha “Portugal Chama”, da qual a AHRESP é parceira, conclui que “entre 2018- 2022, os portugueses conseguiram evitar o desastre”, com o número de incêndios anuais a reduzir para mais de metade. Se no ano de 2017, se registaram 22.217 incêndios, o número diminuiu para 10.224 em 2022.

Depois da catástrofe a que se assistiu em Portugal, com o trágico incêndio de Pedrógão Grande a provocar dezenas de vítimas mortais, o documento da campanha “Portugal Chama”, que se baseia nos dados do Sistema de Gestão de Informação de Incêndios Florestais do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, indica que “foi alcançado o grande objetivo”, sem qualquer registo de vítimas civis fatais em consequência direta de incêndio após 2017.

No mesmo sentido, o número de ignições nos dias de maior perigo de incêndio também decresceu de 76 em 2017 para 38 no ano passado. Após 2017, também houve uma diminuição significativa do número de incêndios por uso do fogo nos meses de verão, sendo as causas acidentais as que menos diminuíram e o incendiarismo a ser a principal causa entre junho e setembro.

De acordo com o mesmo relatório, entre 2018 e 2021 houve um aumento de 23% em recursos humanos, de 28% em recursos terrestres e de 23% em recursos aéreos. O investimento em prevenção e combate também cresceu, passando de um total de 143 milhões de euros em 2017 para 316 milhões de euros em 2021.

ACEDA AQUI AO RELATÓRIO DA CAMPANHA “PORTUGAL CHAMA”

LIMPAR TERRENOS É OBRIGATÓRIO

A sensibilização para a limpeza dos terrenos é uma das “bandeiras” da campanha “Portugal Chama”. Se os proprietários não limparem os seus terrenos até 30 de abril pode pagar coimas que podem chegar aos 5.000 euros para pessoas singulares e até 25.000 euros para pessoas coletivas. 

A partir de 30 de abril, as câmaras municipais podem substituir-se aos proprietários na limpeza do mato, sendo estes obrigados a permitir o acesso aos seus terrenos e a pagar as despesas à autarquia.

Na limpeza do terreno é aconselhável:

  • Instalar uma faixa de 1 a 2 metros com pavimento não inflamável à volta da casa.
  • Retirar o material inflamável à volta da casa.
  • Não acumular lenha junto de casa.
  • Manter-se informado do risco de incêndio na sua área de residência.
  • Verificar se o sistema de rega e as mangueiras funcionam.
  • Limpar telhados e colocar rede de retenção de fagulhas.

VEJA AQUI COMO DEVE LIMPAR O SEU TERRENO

CAMPANHA “RAPOSA CHAMA”

Para sensibilizar os mais novos, foi criada a campanha “Raposa Chama”, que está em ação durante o todo o ano, não só presencialmente como também com atividades interativas no site oficial.

METAS PARA OS PRÓXIMOS 5 ANOS

O principal objetivo para os próximos 5 anos passa por reduzir em 80% do número de incêndios. Para tal, campanha “Portugal Chama” indica que é preciso tomar as seguintes medidas urgentes

  • Resistir à armadilha do combate, e apostar na prevenção.
  • Garantir compromisso político e disponibilidade financeira plurianual e sustentável, para os Programas de Ação do SGIFR às várias escalas territoriais.
  • Definir estímulos económicos e fiscais que mobilizem proprietários e empresas para a gestão sustentável.
  • Multiplicar por 3 a área com gestão de combustível (meta: 250 000 ha/ano).
  • Sensibilizar os mais novos (5 as 12) e reduzir o incendiarismo.
  • Qualificar lugares chaves na tomada de decisão nas operações de supressão de incêndios.
  • Implementar os Programas Regionais, Sub-regionais e Municipais do SGIFR.
  • Maior envolvimento dos privados e dos municípios.
  • Alterar o regime sucessório.

Enquanto representante de milhares de empresas das mais variadas áreas turísticas, que têm na natureza do país um dos seus mais ricos recursos, a AHRESP alia-se à divulgação da campanha “Portugal Chama”, com o objetivo de sensibilizar toda a comunidade para a prevenção dos incêndios que todos os anos têm destruído parte do território.

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