A propósito da notícia de 5 de agosto do jornal Público, a secretária-geral da AHRESP, em declarações ao ECO, sublinhou que a iniciativa de formar mil migrantes pelas escolas do Turismo de Portugal é um “bom começo“, mas insuficiente se não for além do já anunciado. É assim que Ana Jacinto olha para o programa que o Governo está a preparar para dar formação aos migrantes e refugiados que queiram trabalhar no turismo.
Por isso, a responsável defende que as escolas profissionais sejam chamadas a participar, para que “possa haver maior cobertura geográfica” e responder às necessidades de trabalhadores nos setores do alojamento turístico e restauração, que se estimam em 40 mil.
Ana Jacinto realça, além disso, que as parcerias estratégicas para a qualificação e integração destas apenas não se devem “reconduzir apenas aos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Entende-se que o seja numa primeira fase, mas, a correr bem, devem ser estendidas a outras geografias“.
De resto, a secretária-geral argumenta que, se a primeira fase deste programa tiver sucesso, poderão vir a ser formados mais cidadãos estrangeiros, o que seria benéfico para as empresas que procuram mãos:“Queremos acreditar que este programa tem potencial para ter sucesso, o que poderá levar ao seu reforço e alcance a mais alguns milhares de trabalhadores, contribuindo para diminuir a escassez de profissionais, especialmente qualificados.”
Ana Jacinto alerta, contudo, que as dificuldades de integração dos imigrantes não se esgotam na formação. Há constrangimentos nos processos de legalização, bem como na habitação. “Também nestas matérias a AHRESP já apresentou propostas. Há, assim, que ver toda esta problemática com mais profundidade e de forma mais integrada“, defende.