PÚBLICO | “Não podemos perder competitividade internacional e temos de manter os padrões de excelência que sempre caracterizaram os serviços na nossa oferta turística”

Ago 14, 2024

Em declarações ao jornal, Ana Jacinto refere que “tudo indica que em 2024, e também nos próximos anos, o turismo continuará a crescer nos seus principais indicadores: hóspedes, dormidas e receitas”, mas alerta que tudo se deve fazer para não perder competitividade internacional e manter os padrões de excelência da nossa oferta turística

© Fotografia: Publituris Hotelaria/Frame It

De acordo com o Jornal “Público“, num trabalho hoje publicado, o turismo deu um enorme empurrão ao crescimento da economia portuguesa nos últimos dois anos, mas esse contributo decresceu no ano passado e tende a descer ainda mais este ano. Depois do forte contributo dado em 2022 e 2023, o abrandamento na subida de turistas e receitas era esperado, após a rápida recuperação.

Este artigo parte da análise das várias estatísticas disponibilizadas à data pelo INE – Instituto Nacional de Estatística e Banco de Portugal que, citado pelo Público, refere que os dados mais recentes desta instituição “mostram um abrandamento do crescimento das receitas do sector do turismo (medidas pelas exportações) no segundo trimestre, com Abril e Junho a subirem ao ritmo de um dígito, contra os dois dígitos dos outros meses de 2024”.

Face aos dados disponíveis, a Público ouviu vários players do mercado, nomeadamente a AHRESP, através da sua secretária-geral, Ana Jacinto, e cujas declarações se reproduzem aqui.

[…] Ana Jacinto, secretária-geral da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), enfatiza que “a actividade turística continua a crescer e a superar os máximos históricos de 2023”, ano em que o país registou 30 milhões de hóspedes, segundo o INE (dos quais 18,3 milhões estrangeiros), e encaixou 25,1 mil milhões de euros.

“Em 2023, que acabou por se tornar no melhor ano turístico de sempre, também no mês de Junho se verificou um abrandamento do crescimento face ao mês de Maio”, nota, “e de maior expressão face ao que estamos a registar no mês de Junho de 2024”.

“Se o ano 2024 mantiver o comportamento semelhante ao verificado em 2023, o mês de Julho irá registar um maior abrandamento do crescimento e só em Agosto se retomará a trajectória de aumento do crescimento”, acrescenta, sublinhando depois que “não quer isto dizer que não tenhamos de estar alertas e atentos, muito pelo contrário”.

Esta responsável realça ainda que o sector do alojamento “está com uma performance decrescimento diferente da restauração, que tem enfrentado inúmeras dificuldades com o efeito da inflação, sobretudo alimentar, e com o aumento das taxas de juro”.

[…] Para Ana Jacinto, perante os indicadores já conhecidos, “tudo indica que em 2024, e também nos próximos anos, o turismo continuará a crescer nos seus principais indicadores: hóspedes, dormidas e receitas”. “Portugal, como destino turístico internacional, tem trilhado um percurso sustentado e por isso temos batido recordes”, destaca, acrescentando que Portugal é “um país com uma oferta muito diversificada, que já não se concentra só no produto ‘sol e praia’ e só na tradicional época alta”.

“Não podemos é perder competitividade internacional e manter os padrões de excelência que sempre caracterizaram os serviços na nossa oferta turística”, sublinha.

[…] Do lado da AHRESP, Ana Jacinto realça que há ainda fragilidades de tesouraria em muitas empresas da restauração.

Artigo na íntegra in Público, 14.08.2024

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