DIÁRIO DE NOTÍCIAS | Inquérito AHRESP alerta para o risco de incumprimento de dívidas contraídas durante a pandemia

Jul 1, 2025

Ao Diário de Notícias, a secretária-geral, Ana Jacinto, alerta para os dados preliminares de um inquérito aos associados da AHRESP, que apontam para a falta de capacidade de 30% dos empresários em cumprir com as obrigações dos créditos contraídos durante a Covid-19. A restauração é o setor que revela maiores dificuldades, com um tecido micro e menos ferramentas para resistir à inflação e ao aumento dos custos, a que se soma a quebra da procura. Para colmatar a situação, a AHRESP solicitou a colaboração do Banco Português de Fomento

© Fotografia: getSMART | Nuno Martinho

Leia o artigo do Diário de Notícias, na íntegra, AQUI

A restauração atravessa um momento extremamente exigente e as empresas estão já numa situação difícil, com um número crescente de empresários a entrar em incumprimento nas linhas de crédito contratadas durante a pandemia.

A restauração está a preocupar-nos, há muita oscilação e incerteza no setor. Muitos empresários ainda têm esta fatura dos empréstimos às costas e não estão a conseguir pagá-las”, afirmou Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, em entrevista ao Diário de Notícias.

Segundo dados preliminares de um inquérito da associação, que ainda decorre para aferir a verdadeira dimensão do problema, 30% dos empresários não estão a conseguir cumprir com os pagamentos das linhas de apoio Covid — percentagem que poderá ser superior à medida que mais respostas forem recolhidas.

Além das dívidas acumuladas, os empresários enfrentam dificuldades adicionais: subida dos custos operacionais, quebra da procura e alteração nos hábitos de consumo. “Um restaurante cheio não é sinónimo de rentabilidade”, alerta Ana Jacinto, sublinhando que a inflação nas matérias-primas e a instabilidade no consumo têm deteriorado a sustentabilidade dos negócios.

A secretária-geral da AHRESP destaca ainda a preocupação com as alterações à Lei da Imigração, que poderão dificultar a contratação de mão de obra estrangeira. “Se precisamos — e se vamos continuar a precisar — de trabalhadores imigrantes? Vamos. Se só precisamos de trabalhadores extremamente qualificados? Não.”

 A AHRESP propõe, no próximo Orçamento do Estado, a reposição da taxa intermédia de IVA para todas as bebidas, a redução da TSU em pagamentos extraordinários e a isenção fiscal para a parte que a empresa entender pagar acima do valor do aumento aplicável ao salário mínimo em 2026, nos vários níveis de remuneração, contribuindo-se dessa forma para o aumento do salário médio. Neste momento, a carga fiscal é enorme, as empresas estão a fazer um esforço tremendo e é imperativo que o Governo acompanhe esse esforço com respostas que permitam aliviar esta carga — o que ainda não está a acontecer”, conclui Ana Jacinto.

Resultado? Muitas empresas não vão conseguir resistir e é expectável uma vaga de encerramentos se não houver alterações no cenário fiscal, um enquadramento ajustado da Lei da Imigração e soluções objetivas do Banco Português de Fomento que permitam maior fôlego às empresas.

PUB

Mais Artigos

Cuidar de quem cuida de nós

Cuidar de quem cuida de nós

Foi com esse espírito que a AHRESP desafiou a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) a estabelecer um protocolo de cooperação. O objetivo é, com planeamento, garantir que, nas situações mais críticas — incêndios florestais, catástrofes naturais ou acidentes de grande...