No artigo de opinião publicado no Diário de Notícias, “Nesta Glória, não se joga à sorte”, a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, analisa as implicações do trágico acidente ocorrido no Elevador da Glória, em Lisboa. Um acontecimento que, para além da perda irreparável de vidas humanas, deixou um alerta claro sobre a necessidade de garantir a segurança dos equipamentos urbanos com valor histórico e simbólico.
Ana Jacinto sublinha que o impacto do acidente não se limitou ao plano local. Lisboa, enquanto destino turístico de projeção internacional, viu a tragédia repercutir-se mediaticamente a nível global, envolvendo cidadãos de várias nacionalidades e expondo fragilidades que não podem ser ignoradas.
A secretária-geral da AHRESP alerta para a tentação de apontar o turismo – que tem sido motor de emprego, investimento e regeneração urbana -, como o bode expiatório dos problemas da cidade e defende que o verdadeiro desafio está na ausência de respostas adequadas às exigências que o crescimento turístico impõe.
“Neste momento, é imperativo restituir a confiança a residentes e visitantes. O jogo não pode parecer governado pelo acaso. É essencial apurar com rigor as causas do acidente e comunicar, com transparência, as medidas corretivas adotadas. Só conhecendo o que falhou será possível corrigir e prevenir novas tragédias. Tão importante quanto agir é demonstrar que se está a agir: a confiança constrói-se com evidências visíveis de que os ícones históricos da cidade estão sob vigilância e cuidados permanentes,” escreve.
Cabe agora garantir que a “Glória” de Lisboa não se apaga, mas renasce mais forte, com responsabilidade e visão de futuro, modernizando infraestruturas, reforçando a manutenção e a fiscalização, planeando investimentos estruturais e continuando a promover Lisboa como uma cidade segura, resiliente e vibrante.
