Decorreu no dia 27 de maio, no Fórum Picoas, em Lisboa, a conferência TRANSIÇÃO DIGITAL, que teve como mote ‘Digitalizar sem Desumanizar’. Empresários dos setores da restauração e similares, empreendedores na área das tecnologias para os setores HORECA, representantes da política nacional e europeia e vários players do turismo nacional refletiram sobre os desafios da transição digital na era pós-pandemia.
A conclusão é transversal: num negócio de Pessoas para Pessoas, a digitalização será sempre um meio e não um fim em si, como se pode ler na oitava conclusão desta conferência: “A tecnologia e digitalização devem estar ao serviço dos negócios, mas não devem ser um fim em si mesmo, porque elas não se opõem nem substituem os valores humanos, que serão sempre a alma das nossas empresas e o cartão de visita do nosso Turismo.” (Leia as conclusões no final do artigo)
Como referiu na abertura da Sessão Tiago Quaresma, Vice-Presidente da AHRESP, “neste mês de maio, quisemos partilhar com todos o trabalho que tem sido feito junto dos vários protagonistas, naquilo que para nós é o mais importante: fazer pontes e fizemo-lo com a organização do hotel 4.0 Portugal Summit, no Porto, e hoje em Lisboa com a Conferência ‘Transição digital: Digitalizar sem desumanizar’. A Associação considera essencial estabelecer a ponte entre o mundo empresarial e o mundo da tecnologia, dando a conhecer caminhos e facilitando o rumo a seguir para os negócios HORECA fazerem esta transição digital com retorno e à medida das suas necessidades, considerando um tecido empresarial maioritariamente composto por micro e pequenas empresas.
Tiago Quaresma, Vice-Presidente da AHRESP, fala sobre o tema da digitalização nos negócios HORECA
CONCLUSÕES CONFERÊNCIA Transição Digital
Enquadramento
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- Os setores do Alojamento Turístico e da Restauração e Bebidas foram dos mais impactados com a pandemia COVID-19. Em 2019 representavam 8,6 % do PIB e estima-se que em 2021 representarão apenas 4,7 %;
- Na época pré-pandemia tinha já sido identificada a necessidade de capacitação dos profissionais e gestores destes sectores, especificamente nos campos da informática e da cibersegurança. Até porque à época já se fazia sentir a escassez de recursos humanos qualificados, provocada por uma procura crescente destes profissionais, por todos os sectores de atividade;
- A pandemia potenciou e acelerou o uso das aplicações digitais, obrigando empresas e pessoas a uma rápida adaptação. Nos setores HORECA, criou novos hábitos de consumo aos quais temos de conseguir dar resposta com plataformas de vendas e de distribuição, que trazem necessidades e riscos acrescidos;
- A capacitação dos recursos e a maturidade digital merecem a nossa intervenção ativa;
- O Plano de Recuperção e Resiliência traz uma oportunidade sem precedentes. Representa a oportunidade de dar este passo para a transformação digital, integrada num modelo de crescimento qualitativo, rumo ao desenvolvimento sustentável das nossas empresas e, por conseguinte, do Turismo em Portugal;
- Existe falta de conhecimento sobre as soluções tecnológicas disponíveis no mercado, e em que medida podem aumentar a produtividade e a segurança da empresa;
- Considerando que são as pessoas, as suas relações e emoções que fazem os nossos setores;
- Considerando que não queremos que este seja apenas mais um fórum de debate sem linhas orientadoras definidas.
Conclusões
Os participantes da Conferência da AHRESP, subordinada ao tema “Digitalizar sem desumanizar”, após análise dos contributos i prestados pelos diversos especialistas das diversas áreas, e decorrente do profícuo debate havido nos diferentes painéis, aprovaram as seguintes conclusões:
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- As empresas de alojamento turístico, apesar de terem sido as primeiras a abraçar a era digital, com a criação de uma presença digital, através de sítios na internet, não estão a acompanhar as todas as necessidades atuais. É necessário estender a digitalização a toda a cadeia do negócio, otimizar a produtividade e assegurar a segurança da informação;
- Aplicar a digitalização pontualmente numa só área não traz, por si só, os resultados desejados. É necessária estratégia na Transição Digital das empresas e é necessário que essa estratégia seja transversal a toda a cadeia de valor;
- Deve haver uma aposta na capacitação digital de todos os trabalhadores da empresa, implementada de “cima para baixo”, para que tenha a força do exemplo. O “gap” de conhecimento é grande e queremos, tanto quanto possível, ajudar a preencher esta lacuna;
- É necessário, e é também aqui que a AHRESP pretende dar o seu contributo, fazer a ponte entre o que o negócio necessita e as soluções tecnológicas existentes no mercado.
- É essencial criar as necessárias condições para que as nossas empresas possam ser parceiras de soluções tecnológicas que representam uma efetiva mais-valia para os seus negócios, como é o caso da utilização de plataformas de entregas, o que deve ser feito com condições mais ajustadas e equilibradas.
- Deve ser privilegiada a segurança informática para a proteção do negócio e do cliente, mas também para a prevenção de ataques e ameaças cibernéticos, que se estão a tornar cada vez mais frequentes e sofisticados;
- O digital deve ser visto como um ativo extraordinário, que permite, nomeadamente, conhecer melhor os clientes e o negócio, sistematizar e analisar dados, assim como automatizar processos, que permitem às nossas pessoas, maior disponibilidade para o cliente e foco nas funções onde são mais necessárias;
- A tecnologia e digitalização devem estar ao serviço dos negócios, mas não devem ser um fim em si mesmo, porque elas não se opõem nem substituem os valores humanos, que serão sempre a alma das nossas empresas e o cartão de visita do nosso Turismo.
Veja AQUI os melhores momentos da Conferência TRANSIÇÃO DIGITAL – DIGITALIZAR SEM DESUMANIZAR.