Como intuito de apresentar as expetativas dos empresários face ao atual contexto inflacionista e às políticas do Governo para um futuro próximo, a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) em parceria com o Management & Marketing FutureCast Lab do ISCTE (Instituto Universitário de Lisboa) apresentou recentemente os resultados do Inquérito Sinais Vitais realizado às empresas em Portugal, no início de setembro.
De entre as principais conclusões, é de salientar que a maioria das empresas participantes do inquérito (89%) consideram que os programas de apoio estão aquém das suas necessidades, além de que, são burocráticos ou muito burocráticos (76%). De acordo com o atual contexto económico e social, as principais preocupações manifestadas pelos empresários dizem respeito ao aumento dos custos de produção (61%) e à escassez de mão de obra (15%).
Em 40% das empresas, verificou-se um aumento das vendas e prestação de serviços até ao final de agosto de 2022 face ao período homólogo de 2019, sendo que a expetativa de vendas para o 4º trimestre de 2022 é negativa comparativamente com o mesmo período de 2019 (34% das empresas esperam uma diminuição versus 28% que perspetivam um aumento). Uma parte significativa das empresas participantes (60%) registou um aumento dos seus custos operacionais superior a 15%, sendo que a exptativa dos empresários e gestores é a de que, até ao fim do ano, os custos continuem a aumentar. Apesar disso, apenas 47% das empresas prevê aumentar os respetivos preços.
Neste cenário inflacionista, grande parte do tecido empresarial considera muito adequada ou adequada a redução de impostos sobre a eletricidade, gás e combustíveis líquidos (79%), seguida da redução da TSU (74%) e da redução do IVA (73%).
Perante este contexto, as sugestões de política económica mais valorizadas têm a ver com a revisão do PRR (87%), seguido da redução do IRC (86%), da suspensão do pagamento por conta do IRC (80%) e da redução dos prazos de pagamento das entidades públicas (79%).