Perspetiva-se um crescimento mais contido no 1º semestre do próximo ano, face à contínua perda do poder de compra dos consumidores, ao aperto das condições financeiras e ao enfraquecimento da procura externa.
Por outro lado, estima-se uma reversão deste cenário e, portanto, uma melhoria da atividade económica no 2º semestre com base na expetativa de atenuação das tensões nos mercados energéticos, na recuperação gradual do rendimento real das famílias, na maior absorção dos fundos europeus e na melhoria do enquadramento externo.
Estas projeções agora divulgadas pelo Banco de Portugal, reforçam as preocupações que a AHRESP tem vindo a sinalizar sobre a quebra abrupta no consumo no início de 2023. Esta inflação elevada afeta diretamente o rendimento das famílias, impactando negativamente na atividade dos setores da restauração, similares e do alojamento turístico.
Não obstante prever-se uma descida gradual da inflação para 5,8% no próximo ano e consequente recuo nos anos subsequentes, a realidade é que o aumento das taxas de juros provoca uma significativa diminuição do poder de compra das famílias. Para 2023, prevê-se ainda um desacelerar do consumo privado, crescendo apenas 0,2% e 1,0% em 2024-2025, em média, tal como o consumo público que deverá desacelerar gradualmente nos próximos anos.