De acordo com os dados do INE, hoje divulgados, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou um valor médio de 7,8% no ano 2022, significativamente acima da variação registada no conjunto do ano 2021 (1,3%), tratando-se da variação anual mais elevada desde 1992.
No que diz respeito à classe dos “Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares”, a inflação média do ano 2022 foi de 7,3%, abaixo da média nacional. No entanto, quando verificamos as principais matérias-primas das nossas atividades económicas, deparamo-nos com aumentos muito superiores, nomeadamente:
- Produtos Alimentares e Bebidas Não Alcoólicas: 13%, dos quais:
- Óleos e Gorduras: 32,3%
- Carne: 15,4%
- Produtos Hortícolas: 14,3%
- Leite, Queijo e Ovos: 14,1%
- Pão e Cereais: 14,0%
- Peixe, Crustáceos e Moluscos: 10,8%
- Eletricidade: 22,1%
- Gás: 38,5%
- Combustíveis: 42,5%
Estes dados oficiais do INE, confirmam o que a AHRESP tem vindo a alertar ao longo do ano 2022, no que às margens de negócio diz respeito. O aumento dos custos de energia, dos combustíveis e das matérias-primas (sobretudo alimentares), foi substancialmente superior ao ajuste nos preços de venda efetuado pelas nossas empresas. Esta situação provoca um severo esmagamento das margens de negócio, não permitindo a libertação de meios financeiros adicionais, comprometendo, no curto prazo, a sustentabilidade dos negócios.
É por isso essencial que se promovam mecanismos e soluções que possibilitem reforçar a tesouraria das empresas, de forma que seja possível continuar a investir na atividade e acima de tudo, para se proporcionar melhores condições de trabalho e salariais.