Publituris | Preparemo-nos para o bom e para o mau

Fev 20, 2023

A secretária-geral da AHRESP destaca os alertas das entidades internacionais sobre o panorama económico que se pode esperar para 2023. No artigo de opinião de fevereiro na revista “Publituris”, Ana Jacinto salienta ainda que é necessário aliviar os custos, nomeadamente a carga fiscal e burocrática para quem investe. E que Portugal tem de estar preparado para um ano cheio de incertezas

“Ainda a contas com o fecho das contas do ‘ano velho’, e já se repetem os alertas no arranque de 2023. As campainhas, quais avisos de emergência, fazem-se ouvir de todas as partes e do Fundo Monetário Internacional (FMI), surge a mensagem algo eufemística: A crise provavelmente ainda não acabou.

Sem querer ser velha do Restelo, até porque (ainda) não me considero velha e não sou do Restelo, parece-me que se pode retirar o caráter probabilístico desta equação, já que, são muitos os alertas que apontam para a manutenção do atual cenário, pelo menos durante os próximos 11 meses.

As taxas de juro, a inflação, os custos para quem produz e os preços para quem consome mantêm-se demasiado elevados, conjuntura que, mais tarde ou mais cedo, se vai fazer sentir nos números do desemprego. Este problema, até agora afastado quanto baste das nossas maiores preocupações, volta a ser uma das grandes ameaças num futuro próximo.

(…)

Confesso que fico baralhada com tantas projeções e previsões, umas num sentido, outras noutro, mas uma coisa tenho como certa, os empresários do turismo continuarão a trabalhar como até hoje o têm feito, e a provar, uma vez mais, a sua resiliência e a sua capacidade única para continuar a ser o motor da economia portuguesa.

Mas tudo isto não pode fazer com que se ignorem os alertas, e, apesar das perspetivas menos más para a nossa economia, não podemos ter a veleidade de pensar que uma recessão global não nos vai levar de arrasto, e por isso é tão importante levar a cabo medidas amigas dos negócios, para que sobrevivam, elas e os seus trabalhadores.

Aliviem-se custos, nomeadamente a carga fiscal e burocrática para quem investe e contribui para a nossa riqueza, pois só desta forma é possível criar melhores condições, nomeadamente salariais, para os trabalhadores. Numa altura em que as previsões também apontam para um aumento da procura externa e da atividade turística em Portugal, temos que estar preparados para todos os cenários, o bom e o mau.”

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