Deixamos alguns excertos da grande entrevista da secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, que pode ler na íntegra AQUI:
“[…] E o que interessa é o que fica nas empresas, o saldo: se estamos a ganhar 100, mas gastamos 100, significa que não ganhamos nada. E é um bocadinho o que se está a passar neste momento nas nossas empresas, porque estamos com uma pressão inflacionista enorme e os custos crescem todos os dias. E é bom salientar alguns outros dados para percebermos do que estamos a falar.”
Se não trouxermos imigrantes, não vamos resolver a falta de trabalhadores
“Por isso é que eu digo que esta questão dos trabalhadores tem de ser tratado sob vários ângulos. A AHRESP tem neste momento diversos projetos em curso que envolvem autarquias, empregadores, trabalhadores, embaixadas. Não é uma questão simples e ninguém pense que a resolve sozinho. Ou que o Estado a resolve sozinho. Tem de haver responsabilização de todos, mas todos têm de estar organizados e com o mesmo propósito.
E ainda agora estamos na época baixa. Quando se aproximar a época alta, este assunto vai voltar para cima da mesa de forma muito violenta porque as empresas vão sentir ainda mais a falta de profissionais para trabalhar.”
Há necessidade de intervirmos e de apoiar as empresas porque estão com dificuldade de liquidar empréstimos
“Todos os dias há empresas que nos dizem que não conseguem resistir. Acompanhamos as nossas empresas diariamente e temos trabalhado constantemente muito de perto com o Governo. Prova disso é o que foi anunciado há dias na Lisbon Food Affair de Portugal. É um trabalho que a AHRESP desenvolveu muito de perto com a Secretaria de Estado do Turismo, com o Turismo de Portugal e com o Ministério da Economia, para encontrarmos medidas de apoio às empresas que estão agora com dificuldades.
Isto é: o Governo anunciou o Consolidar+ para apoiar as empresas que recorreram às Linhas Covid e que agora tinham de liquidar os seus empréstimos. Mas era só para estas; todas as empresas que recorreram às linhas de microcrédito do Turismo de Portugal estavam de fora deste apoio. É o que acontece com muitas empresas associadas da AHRESP. Não podia ser a mesma Linha Consolidar+ e dissemos ao Turismo de Portugal que tínhamos de encontrar um mecanismo para ajudar estas empresas a aliviar a dívida, que começaram a pagar os empréstimos em janeiro.
O Turismo de Portugal criou então uma moratória sobre 75% da dívida, que vai entrar em vigor no dia 1 de março e que é válida por um ano. Não é retroativo porque há empresas que já pagaram em janeiro e fevereiro. Isto é a prova que há necessidade de intervirmos e de apoiar as empresas porque estão com dificuldade de liquidar estes empréstimos. E o Governo tem estado atento e disponível para encontrar estes mecanismos.”