“É preciso medir, medir, medir”
“Vivemos tempo em que temos efetivamente de olhar para o tema da gestão da água duma forma o mais ampla possível, porque todos somos chamados a intervir.
Para 2030, a agenda da ONU é muito ambiciosa, estabelecendo 7 grandes Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que devem ser alcançados por todos os estados até ao final da década.
Todas as questões relacionadas com a gestão da água são conquistas diárias. Não é por termos uma situação privilegiada em 2022 que podemos ficar quietos e pensar que em 2030 teremos aquilo que tínhamos em 2022. Não estamos em época de abundância, estamos em época de escassez.
Um dos grandes temas que temos de enfrentar está relacionado com a perda de água nas nossas redes: em Portugal nós perdemos 75 mil piscinas olímpicas por ano de água, é também um tema de eficiência financeira, pois é um custo muito relevante. Mas há um ponto adicional que temos de acrescentar, que é a escassez de água que temos efetivamente em muitas zonas do nosso território.”
“Podemos reduzir 30 a 50 por cento do consumo“
“A estimativa é que podemos reduzir de 30 a 50 por cento o consumo de água do lado da utilização e se o fizermos quer dizer que vamos também reduzir de 30 a 50 por cento a quantidade de água que precisamos para distribuir, tratar e captar.
Em todo este processo consome-se muita energia, muitos recursos, reagentes, materiais e água que depois vai estar em níveis cada vez mais baixos nas nossas albufeiras, nos lençóis freáticos e quando precisarmos de ir buscar essa água a distâncias ou profundidades cada vez maiores, também vamos gastar mais energia.
Tem um peso muito significativo também para os nossos objetivos de neutralidade carbónica.”
“É a relação do homem com a natureza que devemos equacionar”
“O tema água e a disponibilidade de água é demais importante para aquilo que é a Sociedade Central de Cervejas e Bebidas.
Há 10 anos foi lançado o programa BREW a BETTER WORLD que tem três componentes principais – a ambiental, que diz respeito à neutralidade carbónica, a social que tem a vez com a cultura de inclusão e a sociedade onde nos inserimos, e o consumo responsável e moderado das bebidas alcoólicas que produzimos
Até 2030 temos um objetivo muito ambicioso de reduzir 2,6 hectolitros de água em cada hectolitro produzido em áreas com escassez de água. Em Portugal, o objetivo é poupar 2,9 hectolitros de água por cada hectolitro produzido agindo em três vetores: equilibrar o consumo da água utilizada na nossa produção, maximizar o reaproveitamento e reciclagem da água e tratar 100% das águas residuais nas nossas unidades.”
“Medir as perdas é fulcral para poupar nos consumos e na fatura “
“No Complexo da Costa da Caparica do INATEL, de 1935, temos quase 10 000 metros de jardins por regar: pagávamos em média 120 mil euros de faturas de água por ano e conseguimos reduzir uma grande parte depois das intervenções que fizemos depois das análises e correções que fomos desenvolvendo com o apoio da ADENE.”
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