Em entrevista ao ”Notícias de Coimbra”, no último dia do Fórum “Vê Portugal”, Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, expressou o seu reconhecimento à Turismo do Centro de Portugal, ao seu presidente, comissão executiva e equipa pela organização. “Este é o maior fórum nacional de turismo interno e, mais uma vez, a Turismo do Centro está de parabéns pela qualidade dos intervenientes e especialistas nacionais e internacionais”, afirmou.
No que diz respeito ao painel “Caminhos para o turismo interno”, que decorreu no dia 31 de maio, Ana Jacinto mencionou que, nestes caminhos, há diversos desafios que precisam de ser abordados de forma ágil, ressaltando desde logo a questão da falta de pessoas nesta área. “É preciso acelerar esta agenda, porque só podemos falar de sustentabilidade, qualidade e serviço se tivermos pessoas e pessoas qualificadas e, nós, nem pessoas temos, quanto mais pessoas qualificadas”, realçou, adiantando que “este é um tema que a AHRESP tem vindo a discutir sistematicamente e que existem propostas em cima da mesa”.
Na opinião da secretária-geral da AHRESP, trazer pessoas de fora para trabalhar Portugal é uma solução que tem de ser tida em conta para suprir a falta de mão de obra no setor. Mas, como sublinhou, “uma imigração que seja organizada e com inclusão”, ou seja, que ofereça condições adequadas de habitação e serviços para os imigrantes e suas famílias. Além disso, Ana Jacinto defendeu que para resolver esta questão complexa, “é fundamental que as várias entidades, o setor privado, o Estado, as associações e as empresas trabalhem em conjunto”.
A responsável também enfatizou a importância de o turismo e a cultura caminharem juntos. “É preciso aproximar mais a cultura do turismo. Temos um património gigantesco, de enorme qualidade, que muitas das vezes está de costas voltadas para o turismo e é preciso que a cultura se abra para o turismo, um trabalho que ainda não foi feito com a persistência devida”, destacou.
Outro aspeto mencionado foi a gastronomia, que, segundo Ana Jacinto, “tem de ser mais acarinhada e potenciada”. E embora a AHRESP tenha também um trabalho vastíssimo nesta área, a responsável considera que “todos nós temos de concorrer para esse desiderato”. “Nós não podemos trabalhar sozinhos. O turismo interno precisa de acentuar as redes colaborativas, até porque somos um país muito pequeno com muitos pouco recursos e temos de nos ligar”, reforçou.
Por fim, a secretária-geral da AHRESP apontou o problema da mobilidade, destacando ser fundamental melhorar a infraestrutura ferroviária para encurtar as distâncias e facilitar o turismo interno.