Veja AQUI a sessão Como otimizar a gestão do seu negócio?
Os negócios das atividades económicas do ecossistema do turismo enfrentam grandes desafios, não só pela competitividade existente entre as empresas do setor e dos destinos turísticos, como pela mudança das necessidades da procura nacional e internacional. Colocam-se agora desafios adicionais com o ciclo inflacionista agravado pelas taxas de juro, que retira poder de compra às famílias e a uma efetiva redução do consumo junto do canal HORECA. O esmagamento das margens de lucro resultante dos aumentos dos custos energéticos e dos bens alimentares, também têm aqui um peso muito forte.
Com este cenário, como é que as empresas podem otimizar a gestão do seu negócio? Na sessão plenária foram debatidos alguns rumos como o maior rigor contabilístico, medidas de combate à escassez de trabalhadores e qualificação, não só da mão de obra, mas também da gestão das empresas.
“O universo nacional das empresas, em particular as da restauração em particular, é composto essencialmente por micro, pequenas, médias empresas: como empresários temos que assumir claramente que uma das dificuldades que todos nós temos tem a ver com a falta de qualidade da gestão de muitas dessas empresas. A questão da produtividade passa pela qualificação da mão de obra, mas também passa pela qualificação da gestão”
“É preciso fazer uma gestão muito integrada. Não chega tomar medidas pontuais. Primeira nota: trabalhar na receita é conhecer os nossos clientes e adaptarmos a nossa proposta de valor aos nossos clientes e ao nosso mercado. Segunda nota: Fazer um controlo muito apertado dos nossos custos, fazer revisões mais regulares das relações com os nossos fornecedores. O tema dos custos passa a ser muito mais relevante. Terceira nota: temos de trabalhar ao nível da eficiência da operação”
“É razoável criarmos um cenário macroeconómico para 2023, com um valor central próximo do apresentado pelo governo de 1,3% (uma desaceleração da economia portuguesa em 2023, com um crescimento real de 1,3% face ao crescimento estimado de 6,5% para 2022). A questão é que ao contrário de outros anos, imaginamos que há vários cenários possíveis, sendo que o central tem uma probabilidade menos elevada de acontecer: assim, neste momento, é avisado trabalhar com cenários em que não sendo o central, o pior cenário tem maior probabilidade de acontecer, porque estamos em cima de uma quantidade muito grande de eventos que podem mudar tudo”
“Estamos perante uma realidade muito preocupante. O nosso principal e mais grave problema é a escassez de mão de obra: num estudo de 2007, havia 1.8000.000 pessoas disponíveis para trabalhar na restauração; fizemos o mesmo estudo em 2022 e existem apenas 1 milhão de pessoas disponíveis para trabalhar neste setor. Houve uma redução significativa em 15 anos e há aqui outro fenómeno que é o crescimento brutal da oferta de emprego dentro deste setor, o que ainda agrava mais o cenário”