Veja AQUI a sessão Sustentabilidade ambiental – fator crítico para os negócios?
E a entrevista a Luís Araújo, Presidente do Turismo de Portugal AQUI
A guerra na Ucrânia veio lembrar como é importante acelerar a transição energética e essa aceleração é transversal a todos os setores. As metas defendidas pela União Europeia e pelas Nações Unidas a tal obrigam e quem não apanhar este comboio vai ter menos condições para subsistir num mercado em que as condições de procura tenderão a ser feitas tendo em consideração de quem é que é ou não sustentável.
“Queremos ter desenvolvimento económico, mas com enormes preocupações do ponto de vista daquilo que é a sustentabilidade social e ambiental e claramente posicionando Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos do mundo. Esta estratégia vem acompanhada de um plano REACTIVAR O TURISMO, CONSTRUIR O FUTURO, muito focado na transição digital, na transição ambiental e principalmente em reforçar a sustentabilidade do setor.”
“O acesso a capital tem um conjunto de critérios que pressupõem que não pode haver danos significativos a nenhum dos 6 objetivos ambientais. Portugal vai ter de reportar à Comunidade Europeia, como é que o seu financiamento não danifica suficientemente o ambiente. Para todos os projetos do Banco de Fomento acima de 10 milhões de euros, todos têm que passar por uma aferição de sustentabilidade. Os Fundos de Investimento Nacionais, a partir de 2023, vão ter que reportar sobre a pegada ecológica e ambiental, das empresas em que investem.”
“Estamos numa época em que o acesso à informação é muito fácil e nem sempre essa informação é fidedigna, é preciso um mínimo de literacia científica para compreendermos os desafios que temos. No caso do turismo é essencial, Portugal é um país apreciado por vários aspetos e um deles é a natureza, pelas áreas protegidas que temos.”
“A maioria das empresas não sabe montar uma estratégia de sustentabilidade. Faltam players no mercado que deem esse auxílio. Vivemos num País cheio de constrangimentos. Como é que nós, no concreto, vamos chegar às políticas de sustentabilidade? O Governo legislou as Comunidades de Energia Renovável, está regulamentado desde 2019, saíram fundos em 2022 e eu pergunto se existe alguma comunidade de energia renovável? Há uma a ser montada. Somos muito lentos”
“Estamos confrontados com uma questão de sobrevivência. É um caminho inevitável que tem forçosamente por passar por um modelo em torno da sustentabilidade. O Planeta está doente e as implicações são globais. Tem implicações do lado da procura, os consumidores não vão adquirir produtos de marcas que não tenham em conta a preocupação da sustentabilidade, há também impactos claros ao nível da oferta. As alterações climáticas já estão a ter impacto nas matérias-primas e nos seus preços”