“67% do desperdício alimentar total é feito nos agregados familiares”
“As perdas e o desperdício alimentar valem 940 biliões de dólares por ano na economia global e 8% das emissões de gases com efeito de estufa são devidas às perdas e desperdício alimentar. Se o desperdício alimentar fosse um país, em termos de emissão de CO2, seria o terceiro país imediatamente a seguir à China e aos Estados Unidos.
Em Portugal, 67% do desperdício alimentar total é feito nos agregados familiares, seguindo-se o canal HORECA com 13%, o retalho e a distribuição com 11%, 5% na produção primária e 3% na transformação e Indústria.
Em 2018 foi desenvolvida uma estratégia para o combate ao desperdício alimentar assente em três princípios: prevenir, reduzir e monitorizar.
O plano de ação está a decorrer desde 2018, mas sabemos que os problemas são diferentes em cada elo da cadeia. Os problemas da produção são diferentes da indústria e mesmo dentro do canal HORECA temos três vertentes completamente diferentes. Neste momento estamos a implementar uma plataforma de combate ao desperdício alimentar. É uma plataforma que vamos disponibilizar para que todos os elos da cadeia, quando têm excedentes e não têm um canal de escoamento.”
“Temos que fazer a recolha seletiva dos biorresíduos”
“Já separamos o papel, o vidro, as embalagens de plástico e agora o que nos é pedido e que separemos os biorresíduos. Vamos implementar sistemas para a recolha de biorresíduos, porque todos misturados com as embalagens, produzem um composto de baixa qualidade.
A estratégia para os biorresíduos foi publicada em 2020. Tem como objetivo garantir a transição para a recolha seletiva dos biorresíduos e utilizar as capacidades instaladas que já existem para o tratamento. Este é o primeiro objetivo, o segundo é a promoção da utilização do composto e do biogás resultante dos resíduos de recolha seletiva. Já há muitos municípios que têm programas de recolha seletiva uma vez que a partir de janeiro de 2024 temos que fazê-lo.
Só podemos enviar 500 mil toneladas para aterro até 2035 e neste momento estamos a enviar mais de 2,5 milhões de toneladas.”
“A nossa estratégia de redução do desperdício alimentar assenta em pilares simples”
“Educar é muito importante. Neste momento há um défice de mão-de-obra qualificada e não qualificada e torna-se importante saber como se devem fazer as coisas para promover todos estes vetores do desperdício e da sustentabilidade.
A nossa estratégia de redução do desperdício alimentar assenta em pilares simples. A cara do restaurante é o menu e é através dele que conseguimos promover a redução do desperdício alimentar. Menus mais reduzidos, ter menos produtos, evitar os que só dão para um prato, concentrar compras… tudo isto traz vantagens para a cadeia de produção.
A operação dentro das lojas da Makro já é muito focada e na Europa já reduzimos o desperdício em 25% por metro quadrado. O objetivo é reduzir 50% até 2030. Há muitas ações de sensibilização ou não fôssemos nós uma empresa de alimentos.”
ASSISTA AO PAINEL “Desperdício Alimentar e Biorresíduos: como podemos ser mais eficazes?” AQUI