“Quando se fala da nossa culinária, enquanto arte de cozinhar, ou da nossa gastronomia, mais numa perspetiva de património cultural, já ninguém questiona a sua excelência. Seja como for, todos nós gostamos de ver reconhecidas as nossas qualidades, e foi o que aconteceu na mais recente Gala Michelin, onde brilham agora cinco novas estrelas Michelin em Portugal, em quatro restaurantes que este ano se estrearam com uma estrela e noutro estabelecimento que conquistou uma dupla distinção. Este é um sinal evidente de que os nossos profissionais, assim como os nossos produtos, saberes e sabores, continuam a sua trajetória ascendente. E isto, sem qualquer margem para dúvida, deve deixar-nos, a todos, «inchados» de orgulho.
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A recompensa pelo rigor e dedicação num setor tão exigente, sobretudo pela sobrecarga de horários e de trabalho em períodos de época alta, não pode, nem deve, nos dias que correm, ser apenas uma questão monetária. E pode mesmo estar aqui outro dos segredos dos “chefs-chefes”. É preciso ir mais além do salário, é preciso recompensar formando, qualificando, capacitando, reconhecendo, valorizando. São estes os caminhos óbvios para quem quer ter profissionais motivados e, tão ou mais importante quanto isso, para quem deseja reter os melhores talentos.
Quando o Turismo continua a ser o verdadeiro motor da economia portuguesa, mesmo em cenários económicos, sociais e políticos menos favoráveis, julgo ser de bom senso, e mesmo obrigatório, tratar o melhor possível os setores desta atividade. É isso que os reconhecidos chefs fazem e tenho a certeza de que, se este for o pensamento e a missão de quem trabalha arduamente a bem servir à mesa, ganha a restauração e ganha a nossa gastronomia.
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Até á próxima Gala, e como dizia Theodore Roosevelt vamos «manter os olhos nas estrelas e os pés no chão».”
Leia na íntegra o artigo de opinião de Ana Jacinto.