“Diz-nos o mais recente estudo da NielsenIQ, Hábitos de Consumo OOH (Out of Home), que as pessoas em Portugal estão a consumir refeições fora de casa com menor frequência, ou seja, que o número de idas ao restaurante, à pastelaria ou ao café já não é o que era. Desta realidade eu própria já me tinha vindo a aperceber, assim como os empresários que convivem com a angústia de mesas vazias, sobretudo por consequência do aumento de custo de vida.
E é precisamente esse crescente custo de vida, para o qual nos continuam a empurrar, especialmente a inflação e as elevadas taxas de juro, que reside o principal motivo para esta mudança de hábitos. Quase que é caso para dizer “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades”. Mas, nesta matéria em específico, julgo ser sensato “corrigir” o provérbio, porque mais me parece que os tempos mudaram e obrigaram as pessoas a contrariar as suas vontades.
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Esperar que a inflação desça para níveis suportáveis e aguardar até ao verão pela eventual descida das taxas de juro – que não devem ficar abaixo dos 2% de acordo com o governador do Banco de Portugal – são alternativas inviáveis. Logo, enquanto a conjuntura não se revela favorável e não se adotam medidas de incentivo às empresas muito dificilmente se podem voltar as satisfazer as vontades.
Leia na íntegra o artigo de opinião de Ana Jacinto no Diário de Notícias.