“Olhando para os dias de hoje, parece que tudo se passou em tempos há muito idos, mas foi apenas há uns escassos 41 dias antes da «reviravolta» governamental, que o ministro da Economia anunciava, em Albufeira, no Dia Mundial do Turismo, um pacote de medidas de 100 milhões de euros.
Foram então anunciados mecanismos de financiamento para 3 Linhas distintas. Turismo +Sustentável com a maior fatia, de 50 milhões, seguida da Linha +Algarve, com 30 milhões, e por fim a 2.ª edição da Call Turismo +Crescimento, com 20 milhões.
Sabíamos que as coisas não estavam como gostaríamos, mas tudo parecia bem encaminhado. Hoje, o sentimento não é, nem pode ser, o mesmo, dado o elevadíssimo nível de incerteza em que o país mergulhou, arrastando também os agentes económicos.
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E o que podemos dizer quanto a 2024? Teremos tréguas nas taxas de juro, essas que são incomportáveis para a maioria dos comuns mortais? Teremos tréguas na escalada da inflação, que, apesar de estar a desacelerar (2,1% em outubro), continua a revelar um enorme desequilíbrio em relação à classe Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares (7,2%) e de matérias-primas tão essenciais como a fruta (10,8%)? As possíveis respostas inquietam-me, não só pelo que eu própria antevejo, mas por todos os indicadores que vamos tendo.
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E o que dizer do Orçamento do Estado para 2024? Outra incerteza. O que vai ser do documento (e do país) após as eleições de março próximo? Alguém se atreve a dizer que tem as certezas para responder a estas perguntas? Ninguém no seu perfeito juízo ousará fazê-lo. Mas mesmo com todas estas incertezas continuo a acreditar na resiliência das empresas turísticas que ao longo dos tempos têm dado provas únicas dessa capacidade e vão continuar a dar. No reino da incerteza, quero continuar a ter essa certeza.”
Leia na íntegra o artigo de opinião de Ana Jacinto no “Diário de Notícias”