“Quando temos ofertas literárias no alojamento turístico e iniciativas inovadoras na gastronomia, como transformar a sobremesa “Romeu e Julieta” em “Simão e Teresa”, de Amor de Perdição, impulsionamos fórmulas que fortalecem as nossas comunidades e projetam o nosso país como um destino único e autêntico […]
Mas hoje, quero destacar a capacidade única que a cultura tem de se “entrelaçar” com as experiências do quotidiano. Seja naquela refeição que nos transporta para memórias especiais, seja num alojamento que nos envolve em histórias do passado. A cultura revela-se aqui como um elemento vivo, capaz de enriquecer e de dar ainda mais significado à nossa oferta. […]
E, na restauração, também não posso deixar de referir um outro exemplo, que recentemente entrelaçou a literatura e a gastronomia: a Livraria Lello lançou um desafio aos restaurantes para que reinventassem a sobremesa “Romeu e Julieta” (uma sobremesa com queijo e marmelada), agora com o nome de “Simão e Teresa”, como forma de homenagear os protagonistas do romance Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco. […]
Os restaurantes e os hotéis que abraçam este tipo de inovação não estão apenas a diversificar a sua oferta. Estão a criar um produto turístico diferenciado, que atrai viajantes em busca de autenticidade e de histórias únicas. Mais importante ainda: estão a envolver as comunidades locais, valorizando o que é produzido e vivido em Portugal, a inspirar o orgulho nas populações e a preservar as tradições. E já todos sabemos que turismo de qualidade é aquele que promove uma relação simbiótica entre turistas e comunidades visitadas.
Para que Portugal continue a destacar-se no panorama global, é fundamental investir em iniciativas que integrem a cultura na nossa oferta turística. Só assim conseguiremos diferenciar-nos como um destino onde cada prato conta uma história e cada estadia é uma viagem no tempo. Os turistas levam consigo uma parte da nossa identidade, enquanto as comunidades são motivadas a preservar e a inovar com base nas suas raízes.[…]”
Excertos do artigo de Opinião de Ana Jacinto, que pode ler na íntegra na página do Diário de Notícias