Leia na íntegra o artigo de Opinião de Ana Jacinto na página do Diário de Notícias
Em artigo de opinião publicado esta quarta-feira no Diário de Notícias, Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, alerta para o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho. “Estudos recentes apontam que cerca de um terço das funções em Portugal poderá ser automatizado nos próximos anos”, revela, sublinhando que setores como o alojamento turístico e a restauração já integram diversas soluções tecnológicas.
Mas, para Ana Jacintol, “esta não é uma história de substituição. É, acima de tudo, uma história de transformação”, defendendo que o foco deve estar na requalificação dos trabalhadores. “É urgente preparar as equipas, sensibilizar os líderes e criar condições reais para que todos possam acompanhar esta transição”, afirma.
A secretária-geral da AHRESP manifesta preocupação com o baixo nível de digitalização de muitas empresas portuguesas. “Ainda existem estabelecimentos sem e-mail, muitos processos em papel e empresários que não veem a formação como uma prioridade”, escreve, embora reconheça que “a vontade de evoluir existe – desde que tenham meios, formatos flexíveis e apoio real no terreno”.
Ana Jacinto vê na inteligência artificial uma oportunidade para valorizar o fator humano no turismo. “Se bem aproveitada, a IA pode libertar-nos para aquilo que não pode ser automatizado: a hospitalidade, o cuidado, a empatia e a arte de criar experiências memoráveis”, defende.
E conclui: “O desafio não está apenas em não ficar para trás – está em liderar a mudança. Porque, no fundo, não se trata apenas de tecnologia. Trata-se de futuro. E o futuro – tal como o Turismo – é feito de pessoas. E um algoritmo, por mais avançado que seja, nunca saberá o que é a empatia, e nunca será capaz de substituir um sorriso genuíno”.