Leia na íntegra o Artigo de Opinião de Ana Jacinto no Diário de Notícias
Durante décadas, o turismo baseou-se numa pergunta simples: “Para onde vamos?”. Hoje, essa questão deixou de bastar. Segundo o novo relatório da Hilton, a viagem do futuro começa no “porquê”. As chamadas whycations refletem uma mudança profunda no comportamento dos turistas: viajar já não é apenas deslocar-se, é procurar propósito, pausa e vínculos emocionais.
“O que mobiliza o turista contemporâneo já não é a ostentação, mas a autenticidade. Querem sentir-se em casa mesmo longe dela, pertencer e ser reconhecidos”, afirma Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP.
A responsável recorda que estudos anteriores, como o da McKinsey em 2024, já apontavam nesta direção — com os viajantes a valorizarem cada vez mais experiências emocionais e personalizadas. Uma alteração de paradigma que encerra também um desafio: “O turismo não pode permanecer ancorado exclusivamente na lógica do produto, do pacote ou do preço. A nova economia do turismo exige que as empresas ofereçam significado, confiança e autenticidade. Já não se compete apenas com promoções – compete-se com memórias, com vínculos afetivos.”
Neste cenário, “o talento humano revela-se insubstituível. São os profissionais da hospitalidade e da restauração que transformam uma viagem num momento para sempre”. E é nesse contexto que, segundo Ana Jacinto, “Portugal está especialmente bem posicionado para liderar esta transformação, pela autenticidade da sua hospitalidade e pela capacidade de criar vínculos genuínos”.
“São os profissionais do alojamento turístico e da restauração que transformam destinos em afetos e viagens em encontros. O turismo é, acima de tudo, um encontro — e é essencial cuidar de ambos os lados desse encontro”, conclui.






