ECO | Inflação afasta portugueses do turismo “cá dentro” em julho

Set 10, 2024

Associações do setor apontam que a combinação de preços elevados dos serviços turísticos, a preferência por destinos internacionais e a redução do período de férias foram fatores chave na queda de 2,4% nas dormidas de residentes em julho. Em declarações ao ECO, a secretária-geral da AHRESP, afirma "estamos confiantes que o setor continuará a crescer, tanto pela aposta na diversificação de mercados como na diversificação e qualificação da oferta"

A propósito da recente notícia sobre a queda nas dormidas de residentes em julho, Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, em declarações ao ECO, destacou que a inflação, que estava em 2,5% em julho, é um dos principais fatores que contribui para esta situação: “Apesar de não ser um problema exclusivo dos portugueses, é um facto que no nosso país tem tido um impacto muito acentuado”.

A secretária-geral observou também que os preços dos serviços turísticos, incluindo o alojamento, têm um “enorme peso na tomada de decisão dos turistas, especialmente dos nacionais,” que geralmente têm menor poder de compra.

Sublinhou ainda a importância de analisar as estatísticas de agosto, cuja estimativa será publicada a 30 de setembro, para obter um retrato mais completo do setor:  “Estamos confiantes que a procura terá melhorado face a julho estamos confiantes que o setor continuará a crescer, tanto pela aposta na diversificação de mercados como na diversificação e qualificação da oferta que continuará a atrair turistas com diferentes motivações e origens”.

Ao ECO, Ana Jacinto afirmou que a AHRESP está a “acompanhar de perto a evolução do mercado e as constantes mudanças no perfil dos turistas”, sublinhando que “todos os agentes turísticos terão de ajustar a sua oferta aos novos hábitos de consumo e às novas necessidades da procura”.

Relativamente ao setor da restauração e similares, destacou que “os sinais são mais preocupantes”. A secretária-geral explica que, devido ao seu perfil de micro dimensão e à maior dependência do mercado interno, “algumas empresas têm demonstrado dificuldades, com desânimo e incerteza quanto aos próximos meses, com o término da época alta”.

Ana Jacinto apontou também que a gestão dos negócios é afetada pela “elevada carga fiscal”, pelos “altos custos operacionais” e pelos “encargos financeiros” decorrentes de empréstimos contraídos durante a pandemia. Adicionalmente, referiu que a “diminuição dos consumos por parte do mercado nacional” tem impactado negativamente a faturação e a performance de muitas empresas de restauração.

[in ECO, 10.09.2024]

PUB

Mais Artigos