Entrevista Vítor Silva | Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo

Ago 26, 2022

Em entrevista ao Magazine de Negócios AHRESP, Vítor Silva falou sobre os temas que estão em cima da mesa: o impacto da pandemia, a recuperação em 2022, a sustentabilidade, o "novo" turista e o sobre um dos problemas mais críticos para as empresas da constelação do turismo: falta de trabalhadores

“A sustentabilidade é a cara do Alentejo e do Ribatejo e está no coração das nossas preocupações: é vital gastar menos recursos, utilizá-los de melhor forma e apostar numa economia circular”

À semelhança de outras regiões, também o presidente da ERT confirma o imenso impacto que a pandemia teve na atividade turística do Alentejo. Contudo não deixa de salientar que “sofremos menos porque em 2020 tivemos um verão bastante bom, devido ao turismo interno”. Muitos foram os portugueses que durante a pandemia escolheram o Alentejo como destino de eleição para as suas férias, o que permitiu colmatar a perda de mercados internacionais importantíssimos, como o mercado brasileiro e o norte-americano. 

A recuperação destes mercados já está a ser feita e com grande vitalidade, afirma Vítor Silva. O caminho pode ser demorado, mas, em 2021, o Alentejo recuperou praticamente 90% do que tinha perdido. Em 2022, perspetiva-se o melhor ano de sempre para o turismo alentejano.

Contudo o presidente da ERT alerta ser necessário mudar a forma de encarar o “novo” turista. Não apenas encarar o turista como alguém a quem vamos apenas prestar um serviço, mas pensar no turista como alguém que traz experiências da sua terra. Vitor Silva dá o exemplo “temos que pensar no turista como antigamente se recebia alguém na nossa casa. Era alguém que vinha, que nos contava as suas histórias e também trazia coisas do seu país”.

À semelhança do que é sentido em todo o país, a falta de trabalhadores é um problema grave no Alentejo com reflexos na qualidade do serviço. Em linha com a posição da AHRESP, o Presidente da ERT Alentejo crê que a resposta para resolver a questão reside na emigração, em particular proveniente dos países de língua portuguesa: “Portugal distinguiu-se sempre pela sua qualidade, mas não é possível continuarmos a ser bons sem pessoas para trabalhar e sem qualificações. É preciso agilizar estas matérias de fundo para resolver este grave problema, sob pena de comprometer o nosso serviço”

Em nota conclusiva, Vítor Silva gostaria de poder dizer daqui a um ano que “estamos a crescer a um bom ritmo, recuperamos os mercados que tínhamos para recuperar, 2022 foi o melhor ano turístico de sempre, estou convencido que este ano, 2023, vai ser o melhor ano turístico de sempre e finalmente estamos a resolver os problemas de mão-de-obra.  

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