Prevê-se um bom ano turístico para Portugal, apesar de todas as turbulências. O problema não está na chegada de clientes mas no recrutamento de trabalhadores para os novos hotéis que vão nascer em 2023.
Em conversa com o Expresso, a secretária-geral da AHRESP, deixa o alerta:
“O problema de escassez de pessoas para trabalhar no alojamento e restauração piorou, cerca de 45% das empresas dizem estar a laborar sem trabalhadores suficientes.”
O canal Horeca (hotéis, restaurantes e cafés) empregou menos 34.100 trabalhadores em 2022 face a 2019, dos quais menos 31.375 na restauração e 2725 no alojamento, segundo dados do INE.
Segundo um estudo feito em 2022 pelo World Travel & Tourism Council (WTTC), que analisou a escassez de mão de obra em Portugal “faltam cerca de 49 mil trabalhadores no setor”.
“Não tenho dúvidas de que no verão as nossas empresas vão sentir ainda com mais intensidade este problema da falta de mão de obra. Se hoje já temos muitas empresas a trabalhar com bastantes dificuldades, esta escassez de trabalhadores vai tornar tudo ainda mais difícil e corremos o risco, indesejado, de baixar a nossa qualidade de serviço.”
A recente contratação coletiva para 2023 resultou em “aumentos salariais perto dos 8%” tanto para hotéis como para restaurantes, como cantinas, refeitórios ou fábricas de refeições — e nestes últimos até “foi possível acordar aumentos salariais já para 2024”.
Queremos fazer parte da valorização dos salários e profissões, mas para isso os encargos fiscais sobre as empresas devem ser reduzidos.
O peso fiscal sobre rendimentos de trabalho é o principal motivo para as empresas não pagarem salários mais elevados
