As empresas só usaram 4% da linha de apoio às moratórias. Banco de Fomento diz que baixa utilização é sinal de que as empresas não precisam de ajuda. Já a AHRESP critica “condições pouco vantajosas”.
Em declarações à comunicação social, o Banco Português de Fomento anunciou que as empresas utilizaram apenas 4% do total de 1000 milhões disponibilizados ao abrigo da Linha Retomar, destinada à reestruturação dos créditos em moratória. Apesar do Banco de Fomento considerar que a pouca adesão é um sinal de que a maioria das empresas portuguesas nos setores mais afetados não sentiu a necessidade de recorrer a este programa, a AHRESP não pode deixar de ressalvar que o problema está nas condições de acesso ao programa e não na ausência de necessidade por parte das empresas. Desde o lançamento do programa, a AHRESP tem vindo a alertar para o facto dos processos de reestruturação ao abrigo desta Linha não deverem influenciar o historial bancário das empresas beneficiárias, nem prejudicar a análise de eventuais pedidos futuros de financiamento junto da Banca. Apesar das graves dificuldades de tesouraria que ainda enfrentam, a grande maioria das empresas do nosso setor não recorreu a este mecanismo por receio de ficarem sinalizadas de forma negativa junto do Banco de Portugal.
Em 2021, o Banco de Portugal revela que o montante de novos empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 20.826 milhões de euros, menos 12.721 milhões de euros do que em 2020, ano em que foram disponibilizadas linhas de crédito de apoio às empresas no âmbito da pandemia. Não obstante, tendo em conta a fraca adesão das empresas à Linha Retomar e as razões que a AHRESP pode significar que as empresas não estavam em condições para contrair empréstimos.