“A realidade é que as margens de negócio estão totalmente esmagadas a grande maioria das empresas optou por absorver uma parte desse aumento de custos, para não lesar em demasia os clientes”
As restrições que se arrastaram durante os dois anos de pandemia resultaram numa poupança “forçada” das famílias que estavam “ávidas” por viajar. Número de hóspedes e de dormidas durante o verão revela um “boom surpreendente na procura”, ultrapassando todos os valores de 2019
O mesmo alerta é lançado ao Negócios pela secretária-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Ana Jacinto, para quem “o fim da época alta”, em outubro, “trará fortes desafios às empresas” do setor “que serão das primeiras a sofrer com a perda do poder de compra dos consumidores”. O ciclo inflacionista, “agora agravado com o brutal aumento dos custos energéticos e que se agudizará com a subida das taxas de juro, irá retirar ainda mais poder de compra às famílias, com impactos diretos na retração do consumo”, prevê Ana Jacinto.
A secretária-geral da AHRESP diz estar “muito receosa” sobre o futuro da restauração e hotelaria, a partir de outubro. Isto porque, desde o final de 2021 que as empresas estão “a enfrentar um aumento muito significativo do preço dos custos operacionais e das matérias-primas, sobretudo alimentares”, e apesar de os preços terem sofrido aumentos, “a realidade é que as margens de negócio estão totalmente esmagadas” tendo em conta que “a grande maioria das empresas optou por absorver uma parte desse aumento de custos, para não lesar em demasia os clientes”. Desta forma, “as margens estão no seu limite”, alerta Ana Jacinto.
Fonte: Jornal de Negócios