⁸Apesar das iniciativas e legislação nacional, europeia e internacional que promovem a igualdade de género e salarial, as desigualdades persistem em Portugal. As mulheres ganham, em média, menos 13,2% do que os homens, o que equivale a 48 dias de trabalho anuais não pagos. Este problema foi enfatizado no Dia Nacional da Igualdade Salarial, comemorado a 14 de Novembro, com uma conferência da CITE, que celebrou 45 anos de luta pela igualdade e debateu os desafios futuros.
A conferência reuniu decisores políticos, académicos e parceiros sociais para discutir temas como a promoção da equidade salarial e os entraves existentes, incluindo a falta de conhecimento sobre a Lei 60/2018 e a Diretiva da Transparência Social, que apenas 7% das empresas europeias implementaram. Em Portugal, 40% das empresas desconhecem estas normas e muitas não sabem como as aplicar. Este problema é agravado pela desconexão entre os decisores e os responsáveis pelos recursos humanos.
Durante o evento, destacou-se a necessidade de sensibilização e capacitação para mudar mentalidades e reforçar políticas de igualdade. Iniciativas como o Selo de Igualdade Salarial, atribuído pela CITE, foram elogiadas pelo seu impacto em pequenas e médias empresas. O painel debateu ainda a relevância de avaliar a eficácia da legislação antes de implementar novas diretrizes europeias.
Homenagens foram prestadas a mulheres que marcaram a luta pela igualdade, como Maria de Lourdes Pintassilgo, primeira mulher primeira-ministra de Portugal. Apesar de avanços, como o aumento do número de mulheres qualificadas, a sua presença em cargos de liderança permanece reduzida. O encerramento destacou a necessidade de persistência no combate às desigualdades salariais e de uma sociedade mais ativa e comprometida.
