Neste mês de maio, a classe dos “Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares” registou uma inflação de 9,7% (10,3% em abril 2023), em linha com a inflação de 9,4% registada nos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas, principal matéria-prima da restauração e similares.
Não obstante estes sinais positivos de redução de preços de forma generalizada, a realidade é que há ainda aumentos expressivos em vários produtos alimentares, com destaque para os produtos hortícolas (22,9%), leite, queijo e ovos (15,7%), frutas (12,9%) e pão e cereais (9,9%).
De acordo com os dados divulgados pelo INE, a desaceleração da inflação nacional de 5,7% em abril para 4,0% em maio, é em parte explicada pelo efeito de base resultante do aumento de preços da eletricidade, do gás e dos produtos alimentares verificado em maio de 2022. A isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais também contribuiu para a desaceleração registada em maio, estimando-se um impacto no total da inflação, apenas de cerca de 0,8 p.p.
Conforme a AHRESP sinalizou, e os dados do INE comprovam, o efeito do “IVA Zero” está a ser residual na desaceleração global da inflação, não permitindo aliviar de forma expressiva, e necessária, as despesas das famílias com os bens essenciais. Apesar de estarmos a entrar na tradicional época alta, e com os números do Turismo a evidenciar que 2023 será mais um ano de novos recordes, a AHRESP alerta, uma vez mais que, mais faturação não significa mais rentabilidade. O fenómeno da inflação e do esmagamento das margens dos negócios ainda está muito presente nas nossas atividades económicas, sendo por isso necessária cautela e prudência na gestão dos negócios.