Em entrevista ao ‘Tudo é Economia”, na RTP3, a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, fala sobre a situação dos setores de atividade da restauração e do alojamento turístico no contexto inflacionista inédito desde há 30 anos. Mesmo com o pico do verão a registar resultados muito favoráveis para as empresas, o período positivo não é suficiente para colmatar mais de dois anos de quebras na tesouraria e endividamento, que se somam a este “inverno” inflacionista. As empresas não estão a imputar ao consumidor final o valor da subida dos custos de matérias-primas e energia.
No último inquérito periódico que a AHRESP realizou para monitorizar a atividade das empresas HORECA, “o setor da restauração já acusava, em setembro, o impacto grande no aumento das matérias-primas na ordem dos 26 a 50% ou mais. 74% das empresas diziam que estavam a ter quebras na procura”, afirma Ana Jacinto. Também cerca de metade das empresas do setor do alojamento turístico, no mesmo período responderam que estavam já a sofrer aumentos das matérias-primas na ordem dos 40%.
“A subida de juros e inflação tem um efeito ciclone que pode ser devastador para este setor”, diz a secretária-geral da AHRESP. Por isso, mesmo antes da apresentação do Orçamento de Estado a assinatura do acordo de rendimentos a Associação tomou a dianteira e fez um conjunto de 25 propostas que para nós é crucial para apoiar as empresas no contexto económico atual“, adianta ainda Ana Jacinto.