De acordo com os últimos dados da Organização Mundial do Turismo (OMT), nos primeiros sete meses de 2022, as chegadas internacionais de turistas quase que triplicaram face a igual período do ano passado, num crescimento de cerca de 172%.
Nos primeiros sete meses de 2022, a OMT estima mais de 474 milhões de turistas a realizarem viagens internacionais face aos 175 milhões contabilizados em igual período de 2021. Recuperação esta que demonstra a forte procura reprimida por viagens internacionais, bem como a flexibilização ou levantamento das restrições de viagem até à data. Apesar desta recuperação, existem vários desafios para o turismo, desde geopolíticos a económicos, que podem atrasar para 2024 ou mais a recuperação total do setor para níveis de 2019.
“O turismo continua a recuperar constantemente, no entanto vários desafios permanecem, desde o geopolítico ao económico. O setor está a devolver a esperança e a oportunidade às pessoas em todo o lado. Agora é também o momento de repensar o turismo, para onde ele vai e como afeta as pessoas e o planeta”
Esperança e cautela entre os especialistas
Numa escala de 0 a 200, o Painel de Especialistas em Turismo da OMT classificou o período maio-agosto de 2022 com uma pontuação de 125, correspondendo às expetativas de alta, expressas pelo Painel no inquérito de maio para o mesmo período de 4 meses (124).
As perspetivas para o resto do ano são prudentemente optimistas. Embora seja esperado um desempenho acima da média, os peritos em turismo classificaram o período Setembro-Dezembro de 2022 com uma pontuação de 111, abaixo da pontuação de 125 dos quatro meses anteriores, mostrando uma descida nos níveis de confiança. Quase metade dos peritos (47%) vê perspetivas positivas para o período setembro-dezembro de 2022, enquanto 24% não esperam qualquer mudança em particular, e 28% consideram que poderá ser pior. Os peritos também parecem confiantes em relação a 2023, já que 65% veem um melhor desempenho turístico do que em 2022.
O ambiente económico incerto parece, no entanto, ter invertido as perspetivas de um regresso aos níveis pré-pandémicos a curto prazo. Cerca de 61% dos especialistas veem agora um potencial regresso das chegadas internacionais aos níveis de 2019 em 2024 ou mais tarde, enquanto aqueles que indicam um regresso aos níveis pré-pandémicos em 2023 diminuíram (27%) em comparação com o inquérito de Maio que registou (48%). Segundo os peritos, o ambiente económico continua a ser o principal factor que pesa na recuperação do turismo internacional. O aumento da inflação e o aumento dos preços do petróleo resulta em custos de transporte e alojamento mais elevados, enquanto coloca o poder de compra dos consumidores e a poupança sob pressão.
Fonte: OMT