Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, defende que o vinho, “contido na alma de Portugal”, deve ser tratado não apenas como bem comercial, mas como símbolo cultural e turístico. Ana Jacinto destaca que o enoturismo é um “produto estratégico no panorama turístico nacional”, gerador de valor e diferenciação global para o país.
Diante da crise vivida pelo setor, agravada por uma “tempestade perfeita” — com queda no consumo mundial, campanhas anti-álcool, instabilidade internacional e barreiras tarifárias nos EUA — Ana Jacinto alerta que “o cenário de 2025 promete ser ainda mais sombrio” do qe no ano passado, que registou prejuízos irreparáveis a muitos viticultores.
A secretária-geral da AHRESP defende a valorização do enoturismo como motor económico transversal e sugere a “reposição da taxa intermédia do IVA” em todas as bebidas servidas na restauração como um “ato de justiça fiscal”. Falando dos vinhos, a atual taxa máxima de 23% penaliza os locais onde é “recomendado, contextualizado e vivido como parte da cultura nacional”.
“Queremos ser um país de bons vinhos e boas políticas?” A pergunta final sintetiza o apelo: é urgente cuidar de quem faz o vinho e de quem o promove. O futuro do setor depende de políticas públicas coerentes com o seu valor cultural e económico.