DN | “O país não pode continuar a brincar aos pilotos”, afirma Ana Jacinto

Ago 12, 2025

No seu contributo regular de opinião para o Diário de Notícias, a secretária-geral da AHRESP reflete sobre a persistente falta de continuidade dos projetos-piloto no país, alertando que esta prática desperdiça recursos, mina a confiança e bloqueia mudanças estruturais. É neste contexto que justifica o título do artigo “Partida, largada, fugida”, evocando a rima infantil que traduz, de forma quase literal, o que tantas vezes acontece em Portugal

Ler AQUI, na íntegra, o artigo de Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, no Diário de Notícias 

Portugal tem talento, criatividade e capacidade técnica para gerar boas ideias, mas falha em transformá-las em políticas duradouras. “O que nos falta, demasiadas vezes, é dar seguimento. Passar do piloto à política de continuidade. Do protótipo à prática”, afirma Ana Jacinto.

A secretária-geral da AHRESP salienta um padrão que tem vindo a ser repetido: “Começa-se com entusiasmo — há arranque, diagnósticos bem feitos, metas ambiciosas, até alguma cobertura mediática. Só que, após algum tempo, a ideia esmorece, o projeto paralisa, o impacto dilui-se. Foge a responsabilidade de dar continuidade. Foge o compromisso de escalar. Foge a capacidade de transformar uma boa experiência num caminho comum. E isso, além de ineficaz, é profundamente desmobilizador.” Esta lógica de “partida, largada, fugida”, segundo diz, gera frustração em quem lidera e em quem acredita nas iniciativas.

O programa 365 Algarve é, para Ana Jacinto, um exemplo claro. Criado para prolongar a época turística e reforçar a ligação entre cultura e turismo, “com um impacto notável na região, estimulando uma agenda cultural contínua que valorizava a identidade local e dispersava os fluxos turísticos demasiado concentrados nas praias da região”. Porém, apesar do sucesso, foi encerrado sem se tornar política contínua.

Esta descontinuidade representa “também um risco. Porque ao não avançarmos, desperdiçamos recursos e geramos um sentimento de impotência coletiva. O país não pode continuar a brincar aos pilotos”. E conclui: “A inovação deve servir um propósito duradouro, ser uma alavanca real de mudança e não apenas um título de jornal ou um relatório de encerramento.”

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