“A gastronomia não é só cultura: é coesão, é fixação de populações, é economia”, afirmou Carlos Moura, durante a sessão de abertura do evento. Este ano, o encontro teve como tema central os bivalves, dando continuidade a um ciclo iniciado em Mafra, com o pão, e prosseguido no ano seguinte, na Sertã, com o cabrito estonado.
O presidente da AHRESP sublinhou a importância de “descentralizar, com coragem,” eventos que celebrem a riqueza gastronómica portuguesa, mesmo em contextos menos óbvios — como aconteceu com a edição de 2025, realizada no pico do verão, num sábado quente, em Albufeira. “Poucos se arriscariam a avançar com uma iniciativa deste tipo nesta altura do ano, mas nós fizemo-lo porque sabemos o valor que está aqui”, justificou.
Carlos Moura também destacou o papel da gastronomia como “fator de equilíbrio entre o litoral e o interior”, defendendo o turismo gastronómico como uma oportunidade para “despertar o interesse por regiões afastadas da água com sal”. Recordou ainda que muitos produtos nacionais — como alguns bivalves do Algarve — são mais reconhecidos e valorizados no estrangeiro do que em Portugal. “Há bivalves que quase ninguém conhece por cá e que são exportados para países como a Itália, onde atingem um valor incalculável. E nós (ainda) não sabemos aproveitar esse potencial”, alertou.
A iniciativa contou com o envolvimento da ASAE e da comunidade científica, assegurando o cumprimento das normas de segurança alimentar e promovendo o conhecimento sobre as cadeias de valor dos produtos regionais.
Carlos Moura lançou o repto para o Dia da Gastronomia | Património Cultural, em 2026 : “Já percorremos Lisboa, Centro e Algarve. Para o ano, o desafio está lançado ao Alentejo. Porque o país inteiro tem sabor. E merece palco.”