BEIRA BAIXA TV | “É preciso capitalizar os recursos das regiões de baixa densidade”, afirma Carlos Moura

Jul 23, 2025

Durante o Festival de Gastronomia do Maranho, na Sertã, o presidente da AHRESP alertou para dois dos maiores desafios enfrentados pelos setores da restauração e do alojamento turístico, em Portugal: a escassez de trabalhadores e o aumento dos custos das matérias-primas. E anunciou o lançamento da AHRESP Shop, uma central de compras coletiva que deverá arrancar a 1 de setembro, destinada a apoiar os micro e pequenos empresários do canal HORECA

Ao longo da entrevista à Beira Baixa TV, o presidente da AHRESP, Carlos Moura, abordou vários temas, nomeadamente as assimetrias territoriais e a necessidade urgente de uma melhor promoção das regiões de baixa densidade, reforçando que o turismo deve ser um fator de coesão e não de pressão dos grandes centros urbanos. Sublinhou que regiões como a Beira Baixa reúnem todas as condições para atrair visitantes, desde a riqueza natural à gastronomia e vinhos, mas que é essencial que divulguem o seu potencial.

O presidente da AHRESP destacou ainda a celebração do Dia Nacional da Gastronomia, iniciativa promovida pela AHRESP no dia 26 de julho, desde 2023, com homenagens simbólicas a alimentos identitários, como o pão (2023, em Mafra) e o cabrito estonado (2024, na Sertã). Em 2025, já no próximo fim de semana, o evento terá lugar em Albufeira, celebrando os bivalves, como alimento-estrela, num sinal claro de descentralização de iniciativas da associação, que está presente em todo o território nacional.

“A AHRESP não se limita a representar empresas — procura acrescentar valor ao tecido económico, especialmente num setor composto maioritariamente por micro e nanoempresas. Face a uma produção legislativa excessiva, a associação atua como facilitadora, ajudando os empresários a interpretar e aplicar corretamente os normativos legais. Para isso, mantém uma relação diária com a ASAE e desenvolve guias de boas práticas que funcionam como ferramentas de conformidade e desenvolvimento de negócio.


Carlos Moura defendeu também a importância de uma relação ativa com os decisores políticos, nomeadamente no que diz respeito à fiscalidade turística. Apesar da oposição à taxa turística municipal, aceitou a sua existência desde que as receitas sejam reinvestidas em promoção turística, preservação do património e bem-estar das populações locais.

Sobre o futuro, foi claro: “Temos um país pequeno em dimensão geográfica, mas gigante naquilo que pode oferecer. É preciso aproveitar melhor os recursos regionais, fixar populações e revitalizar o tecido económico.” E concluiu com um apelo ao reforço das tradições e à dinamização local através de eventos como o Festival de Maranho: “São uma tradição que deve ser respeitada e fortalecida na sua promoção.”

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