Economia portuguesa cresceu 6,7% em 2022, mas 2023 reserva muitas incertezas

Fev 1, 2023

Crescimento do PIB em volume foi o maior dos últimos 36 anos, no entanto, os dados do INE também revelam que no 4.º trimestre de 2022 o consumo privado e o investimento desaceleraram. A AHRESP reforça o alerta sobre o impacto do contexto inflacionista e da perda de poder de compra e mantém firme a solicitação de mecanismos que possibilitem reforçar a tesouraria das empresas

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgados esta terça-feira, no conjunto do ano 2022, o PIB registou um crescimento de 6,7% em volume, o mais elevado desde 1987, após o aumento de 5,5% em 2021 que se seguiu à diminuição histórica de 8,3% em 2020, na sequência dos efeitos adversos da pandemia na atividade económica.

O INE revela também que a procura interna apresentou um contributo positivo expressivo para a variação anual do PIB, mas inferior ao observado no ano anterior, verificando-se uma aceleração do consumo privado e um abrandamento do investimento.

No entanto, os dados relativos ao 4.º trimestre de 2022, também divulgados esta terça-feira, mostram que o contributo da procura interna para a variação homóloga do PIB diminuiu, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e uma redução do investimento. Estes valores confirmam o que a AHRESP tem vindo sucessivamente a alertar, relativamente ao impacto do contexto inflacionista e da perda de poder de compra, com impacto direto no consumo nas nossas atividades económicas.

Não obstante o desempenho positivo da economia portuguesa em 2022, que é de salutar e para o qual a atividade turística muito contribuiu, o ano de 2023 será de muitas incertezas para a sustentabilidade dos negócios. A par da informação do PIB, o INE dá nota de que a inflação de janeiro deverá ter sido de 8,3%, continuando a verificar-se um aumento muito significativo nos custos energéticos e de matérias-primas, sobretudo alimentares.

Recordamos que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou um valor médio de 7,8% em 2022, superior à classe dos “Restaurantes, Cafés e Estabelecimentos Similares”, que registou uma inflação média do ano 2022 de 7,3%. E infelizmente, os dados de janeiro de 2023 mantêm a tendência de aumento de custos que se verificou no ano passado, substancialmente superiores ao ajuste nos preços de venda efetuado pelas nossas empresas, o que tem provocado um severo esmagamento das margens de negócio.

É por isso essencial que se promovam mecanismos e soluções que possibilitem reforçar a tesouraria das empresas, de forma que seja possível continuar a investir na atividade e acima de tudo, para se proporcionar melhores condições de trabalho e salariais.

 

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