Entrevista Pedro Queiroz: Diretor-geral da FIPA: “Na área da alimentação, Portugal está na linha da frente”

Jul 21, 2022

Em entrevista ao Magazine de Negócios AHRESP, Pedro Queiroz, Diretor-geral da FIPA (Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares), reflete sobre os 35 anos da Federação, os desafios face ao conflito na Europa e quatro pilares fundamentais para o futuro do setor até ao final da década

“A riqueza da FIPA está no diálogo, na atuação, na compreensão da envolvente: ao fim do dia queremos ter uma indústria portuguesa agroalimentar mais competitiva e a trabalhar melhor em prol dos consumidores, que é esse o nosso objetivo final”

Por ocasião do 35º aniversário da FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares e um mês após a realização do 8º Congresso da Federação, em junho, o Magazine de Negócios AHRESP esteve à conversa com Pedro Queiroz. O Diretor-geral da FIPA considera que este ano foi marcado por um entusiasmo particular, pois foi possível festejar o 35º aniversário da Federação com todos aqueles que fizeram parte do seu percurso histórico, depois de dois anos difíceis para o setor, muito dependente dos negócios do canal HORECA, a atividade mais impactada pela pandemia.

Nesta entrevista, realizada também em vídeo, Pedro Queiroz afirma que, atualmente, a FIPA tem uma visão integrada, estando agora focada na indústria agroalimentar num contexto de cadeia de valor, o que leva à necessidade de um diálogo cada vez mais permanente com todos os parceiros.

“Acreditamos que o turismo possa ter um papel importante no alavancar da nossa economia neste período”

Face ao cenário de clima de guerra na Europa, Pedro Queiroz acredita que é possível ter um bom ano no que diz respeito ao turismo, em particular devido ao facto de muitos turistas estarem a fugir de destinos próximos do Leste europeu e, consequentemente, escolherem Portugal para as suas férias. Contudo, afirma ainda que o inverno pode ser duro para o turismo, por ser uma época de maiores restrições, com um consequente cenário de agravamento das dificuldades que o setor vive.

“Não basta ter solidez financeira, é necessário que os produtos das empresas agroalimentares se mantenham no mercado, sejam apetecíveis para o consumidor e que nos vários canais de distribuição estejam efetivamente presentes”

O Diretor-geral da FIPA aconselha as empresas do setor agroalimentar a prepararem-se para um eventual cenário pessimista percebendo, em primeiro lugar, se têm capacidade financeira para enfrentar momentos de maior dificuldade, e ao mesmo tempo, olhando para o futuro. Reforça ainda que empresas devem claramente apostar na inovação, nas suas estratégias de venda e de marketing “porque quem vinga nestes momentos de dificuldade é quem aposta na diversificação do mercado, na inovação de produtos e surpreende o consumidor”.

Em 2021 a FIPA criou, com os seus associados, uma Agenda Estratégica para o setor no horizonte 20/30 que assenta nos quatro grandes pilares fundamentais para o futuro.

Os pilares serviram de base aos temas debatidos no 8º Congresso da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, sustentam a estratégia da FIPA no horizonte 2021-2030. 

1º pilar | OS DESAFIOS DA CADEIA DE VALOR

2º pilar | SUSTENTABILIDADE

3º pilar | DIGITALIZAÇÃO

4º pilar | INOVAÇÃO

“Acredito muito neste setor e nos empresários: obviamente teremos empresas a viverem momentos mais complicados que outras, mas deixo uma mensagem de motivação e que este setor se saiba permanentemente adaptar aos novos tempos”

Pedro Queiroz deixa uma mensagem de motivação ao empresários, reforçando que “o trabalho das associações como a FIPA e a AHRESP, que podem ser (e são!) o braço direito das empresas, dos empresários e dos gestores, para que o desígnio da competitividade seja cada vez mais abraçado pelas empresas e para que possamos afirmar lá fora que Portugal na área da alimentação é, efetivamente, um país que está na linha da frente”.

Veja o vídeo da entrevista:

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