PUBLITURIS | Opinião de Ana Jacinto: “Quando o Estado engorda e o mercado definha”

Set 22, 2025

O alerta é de Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, que na sua mais recente colaboração para o Publituris aborda a atual carga fiscal e contributiva nacional, com um sistema que exige mais das empresas e dos trabalhadores, mas que pouco devolve em capacidade de investimento, inovação e valorização salarial

Ana Jacinto, secretária-geral da AHRESP, sublinha que Portugal se tornou  “um país onde o ónus fiscal transcende o mero debate técnico, assumindo contornos asfixiantes para os agentes económicos que geram riqueza”.

O país vive uma “contradição gritante: ao mesmo tempo que se exige às empresas que aumentem salários para atrair e fixar trabalhadores – uma necessidade real – mantém-se uma carga fiscal e contributiva que torna esses aumentos inviáveis”.

Na sua análise, Ana Jacinto retrata que, “enquanto se celebram excedentes orçamentais e ratings internacionais favoráveis, empresas e trabalhadores continuam esmagados impostos e contribuições que lhes retiram capacidade de investir e de inovar. A irracionalidade fiscal incide de forma particularmente gravosa sobre os rendimentos do trabalho.”

Aponta a TSU a cargo das empresas que,  somada ao IRS, penaliza os trabalhadores, e converte qualquer esforço de valorização salarial numa tarefa hercúlea. Os empresários querem e precisam de pagar mais, mas não podem; os trabalhadores querem e merecem receber mais, mas não recebem. Qualquer esforço de valorização salarial é uma miragem”.

Na sua colaboração regular para o Publituris, a secretária-geral da AHRESP aborda precisamente estes temas que impactam de forma direta o Turismo e a vida das empresas. “A verdade é simples: nunca se pagou tanto, mas nunca foi tão difícil transformar esse esforço em prosperidade partilhada”, resume. “O resultado é um sistema que exige mais das empresas e dos trabalhadores, mas que pouco devolve em capacidade de investimento, inovação e valorização salarial.”

O Turismo, apesar de apresentar resultados recorde, ilustra bem esta realidade: “Lucros que poderiam ser reinvestidos são canalizados para dívidas antigas e impostos atuais. A recente calamidade dos incêndios veio agravar ainda mais a fragilidade dos territórios de baixa densidade, transformando o que deveria ser a época alta num período desastroso.”

Ana Jacinto conclui com uma advertência: “Sem empresas viáveis, não há empregos; sem empregos, não há contribuições; e sem contribuições, não haverá excedentes no futuro. E, nesse dia, todos perderemos: trabalhadores, empresários e Estado.”

Nota: o artigo de opinião de Ana Jacinto pode ser lido na íntegra na edição atual do Publituris

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